Paradeiro da menina inglesa continua desconhecido. Gonçalo Amaral foi afastado da investigação depois de ter incluído Kate e Gerry McCann na lista dos suspeitos
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Maddie McCann desapareceu na noite de 3 de maio de 2007, do interior de um apartamento turístico que os pais tinham alugado para gozar um período de férias, em Lagos, no Algarve. A primeira linha de investigação da Polícia Judiciária (PJ) apontou para a hipótese de a menina, então com três anos, ter sido raptada enquanto dormia na companhia dos dois irmãos mais novos e com os pais fora de casa.
Gonçalo Amaral liderou a equipa de inspetores que ficou responsável pela investigação e quando os cães da Polícia inglesa detetaram sangue na casa e na mala do carro que Kate e Gerry McCann alugaram poucos dias após o desaparecimento da filha incluiu-os na lista de suspeitos. A PJ tentou apurar se os pais de Maddie esconderam o corpo da menina após a sua morte, possivelmente em resultado de um trágico acidente, ocorrido no interior do apartamento do aldeamento turístico Ocean Club, situado nas imediações da Praia da Luz.
Gonçalo Amaral não conduziu a investigação até ao fim, porque cinco meses depois, em outubro, foi afastado do caso. Em julho do ano seguinte, no mesmo mês em que a investigação foi concluída sem que se tivesse chegado a qualquer conclusão, Gonçalo Amaral retirou-se da PJ e publicou um livro sobre o desaparecimento da menina inglesa.
"Maddie - A Verdade da Mentira" aponta para a possibilidade de a menina de três anos não ter sido raptada, mas ter morrido no apartamento algarvio e o seu corpo escondido pelos próprios pais. A obra sustenta a tese de que Kate e Gerry McCann encenaram, posteriormente, o rapto da própria filha para afastar as suspeitas sobre atos negligentes que colocaram em causa a segurança da menina.
O livro deu origem a um documentário, transmitido na TVI, que repetiu a teoria que Gonçalo Amaral também expressou em entrevistas a jornais.
Ao longo dos últimos anos, o ex-inspetor da PJ publicou outros três livros - "A Mordaça Inglesa" (2010), "Vidas sem Defesa" (2011) e "Maddie - Basta de Mentiras" (2021) - sobre o mesmo tema, mas nenhum deles integrou a queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, cuja decisão foi conhecida nesta terça-feira.