Mulher da Mealhada alegou ainda que a criança nasceu morta. Tipo de crime depende do resultado da autópsia.
Corpo do artigo
A mulher que, na segunda-feira, deu à luz um bebé do sexo masculino e o deitou num contentor do lixo, na Mealhada, afirmou às autoridades que não sabia que estava grávida e que a criança nasceu morta.
Segundo apurou o JN, esta foi a primeira explicação avançada pela progenitora, que teve, entretanto, alta da maternidade Daniel de Matos, do Centro Hospitalar de Coimbra. A mulher vai ser formalmente ouvida pelas autoridades apenas depois de obtidas as conclusões da autópsia ao recém-nascido, que foi realizada ontem. Os resultados dos exames complementares poderão demorar semanas, mesmo feitos com carácter urgente.
Esta informação é determinante para o desenvolvimento judicial do caso. Só a autópsia vai determinar se a criança nasceu viva ou morta, o que tem impacto no tipo de crime que a mulher terá de enfrentar. Pode ser infanticídio, caso o bebé tenha nascido vivo e a mãe lhe tenha provocado a morte. Ou, se se provar que nasceu morto, poderá ser acusada de profanação e ocultação de cadáver, com uma moldura penal mais leve.
Seis horas no contentor
Tal como o JN já noticiou, a mãe, na casa dos 30 anos, funcionária de um lar de idosos na Pampilhosa, já com dois filhos e divorciada, terá tido o bebé, um menino, em casa, na segunda-feira, por volta da hora de almoço. Em seguida meteu-o num saco plástico e colocou-o num contentor do lixo a cerca de 100 metros da habitação onde mora, em Póvoa da Mealhada.
Seguiu para o trabalho, onde teve de ser socorrida devido a uma hemorragia. Já na maternidade, e perante a evidência para os médicos, acabou por contar onde estava a criança.
A informação foi transmitida às autoridades da zona e, cerca de seis horas após o parto, elementos da VMER, bombeiros e GNR chegaram ao local e encontraram o bebé sem vida. Foram realizadas manobras de reanimação, mas sem sucesso.
Vizinhos da progenitora, ouvidos pelo JN, disseram desconhecer que ela estava grávida. Fátima Sousa contou que falara com a mãe dela e que esta ligou da unidade hospitalar e "pediu desculpa".