Uma mulher de 34 anos, casada e mãe de três meninas com idades entre 6 e 16 anos, foi detida pela Polícia Judiciária (PJ), em Monção, por suspeita de filmar e fotografar abusos sexuais às próprias filhas, para satisfazer pedidos de um namorado virtual. Este é o segundo caso de crimes sexuais cometidos pelas mães das vítimas divulgado pelas autoridades no espaço de dez dias.
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Segundo apurou o JN, o caso de Monção começou por chegar ao conhecimento da GNR, através de denúncia anónima que dava conta de vídeos, a circular nas redes sociais, que expunham as filhas da suspeita. Terá sido o próprio parceiro virtual a publicar tais vídeos, por a mulher não ter satisfeito um dos seus pedidos.
Passados apenas dois dias sobre a denúncia e após comunicação do caso ao tribunal, a PJ de Braga efetuou buscas e deteve a suspeita "fora de flagrante delito".
Em comunicado divulgado ontem, a Judiciária informou que a mulher está "fortemente indiciada pela prática de crimes de abuso sexual de crianças e pornografia de menores em contexto familiar". "Os atos delituosos iniciaram-se em dezembro de 2020, prolongaram-se até meados de janeiro de 2021, e terminaram com a divulgação de algumas imagens que foram enviadas a familiares da arguida", acrescentou.
Meninas ficam à guarda do pai
Ainda segundo explicou a PJ, os factos ocorreram "no âmbito de uma relação e a pedido de um indivíduo estrangeiro", cuja nacionalidade não foi divulgada. "A arguida submeteu três crianças a vários abusos e atos dos quais obtinha imagens que lhe remetia através de uma rede social", descreve o comunicado policial.
A mulher de Monção foi, ainda ontem, interrogada por um juiz de instrução criminal. E saiu da diligência em liberdade, ainda que ficando proibida de contactar com as filhas, que vão ficar à guarda do pai, e de aceder à Internet. Além disso, vai ter de se apresentar periodicamente em posto policial da sua área de residência.
Vítima de 9 anos em Amarante
Menos sorte teve a mulher de Amarante que, segundo anunciou há dez dias a PJ do Porto, sentia prazer sexual em vestir a filha, de nove anos, com lingerie de mulher adulta, para a fotografar e filmar em poses eróticas. Esta mãe, de 29 anos, ficou presa preventivamente, apesar de nunca ter partilhado imagens da filha.
As fotografias, de telemóvel, iam parar, por defeito, a uma plataforma informática, onde foram detetadas por associações internacionais que lutam contra a pedofilia.
Segundo apurou o JN, a mãe captou as imagens em casa, entre 2017 e 2018. Em buscas policiais, foram-lhe apreendidas "centenas imagens e vídeos da própria filha em poses erotizadas, que integram o conceito de pornografia envolvendo menores, assumindo que estas lhe proporcionavam prazer sexual", explicou a PJ.
Pormenores
Crimes aumentam - A Polícia Judiciária (PJ) deteve, no ano passado, 173 pessoas por crimes sexuais contra crianças e jovens. Destes detidos, 32 foram indiciados pelo crime de pornografia infantil, que consiste na posse ou divulgação de fotografias ou vídeos.
Abusou da neta - Ontem, a PJ anunciou a detenção de um homem, de 50 anos e residente em Lisboa, por ter abusado da neta, com 9 anos. Os abusos começaram em 2018, quando o desempregado passou a tomar conta da criança sempre que o pai ia trabalhar. O detido, que conta com cadastro por tráfico de droga e roubo, foi denunciado por familiares.