A mãe do arguido que está a ser julgado pela acusação de matar a grávida desaparecida da Murtosa também foi processada por crime de falsas declarações, no final do depoimento que prestou, esta sexta-feira, no Tribunal de Aveiro.
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Rosa Cruz, conhecida por Rosita Florista, residente na Murtosa, foi processada um dia depois de o seu marido, Manuel Valente, ter saído do Palácio da Justiça de Aveiro com certidão de um eventual crime de falsidade de testemunho.
A procuradora que representa o Ministério Público no julgamento encontrou discrepâncias entre aquilo que Rosa Cruz declarou esta sexta-feira no julgamento, comparativamente com o que tinha dito, em 2024, à Polícia Judiciária de Aveiro, na presença do seu advogado, Carlos Ribas, de São João da Madeira.
Na base de todo o procedimento criminal contra Rosa Cruz, assim como sucedeu quinta-feira com o seu marido, Manuel Valente, estão alegadas incongruências quanto ao tipo de limpeza feita no apartamento da Torreira, na primeira semana de outubro de 2023, logo que foi constatado o desaparecimento misterioso de Mónica Silva, com sete meses de gravidez. No julgamento, afirmaram que se tratou de uma limpeza ligeira, apenas com um detergente de louça.
Já a Polícia Judiciária concluiu que foi feita uma limpeza tão profunda, que só pode ter sido feita com produtos desincrustantes, que até danificaram a cobertura da tijoleira da sala do apartamento.
O casal Valente também nega a existência de um grande tapete verde nessa mesma sala, dizendo que nunca lá esteve, mas a PJ de Aveiro tem imagens do tapete nas redes sociais e acredita que esse mesmo tapete tenha sido usado para transportar o cadáver de Mónica Silva.