Recluso ainda conseguiu ocultar haxixe no ânus antes de caso de tráfico ser detetado pelo sistema de videovigilância da cadeia de Paços de Ferreira. Guardas alertam para a falta de recursos
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Duas mulheres foram apanhadas, neste domingo, na posse de droga durante a visita a reclusos da cadeia de Paços de Ferreira.
Num dos casos, o haxixe foi detetado durante a revista obrigatória à entrada da prisão. Mas noutro, só o sistema de videovigilância revelou uma mãe a passar droga ao filho, já no parlatório. A progenitora tinha 100 gramas de haxixe escondidos na vagina, que o filho, após ter recebido a droga, introduziu no ânus para a ocultar dos guardas prisionais.
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) confirma que os guardas prisionais de Paços de Ferreira "detetaram e impediram, durante as visitas de domingo, que dois visitantes distintos e que se dirigiam a reclusos diferentes introduzissem no estabelecimento produto, presumivelmente, estupefaciente".
O JN apurou que, numa primeira situação, dois pedaços de haxixe foram sinalizados por uma guarda prisional que realizava a palpação a uma mulher que pretendia visitar um recluso. A droga foi, imediatamente, apreendida e entregue à Polícia Judiciária.
Ainda no domingo, foi detida, também na cadeia de Paços de Ferreira, uma segunda mulher a tentar passar droga ao filho preso. Este crime só foi descoberto pelos guardas prisionais através do sistema de videovigilância que vigia o parlatório onde decorrem as visitas. Através dessa tecnologia foi possível ver que a mulher tinha a droga escondida na vagina e que a passou rapidamente ao filho. O recluso, de 37 anos e preso por furto, num movimento rápido e que não levantou suspeitas a quem estava na mesma sala, conseguiu, em seguida, introduzir a droga no ânus com o intuito de chegar à cela sem ser descoberto.
Não conseguiu e foi levado ao hospital, onde lhe foi retirado do organismo cerca de 100 gramas de haxixe.
"Foi chamada a Policia Judiciária ao estabelecimento, a quem foram comunicados os factos e entregues os produtos aprendidos e os visitantes detetados. Os reclusos que seriam objeto da visita serão sujeitos ao competente procedimento disciplinar e, confirmando-se que os produtos apreendidos são estupefaciente, também a procedimento criminal pelas instâncias, para esse efeito, competentes", destaca a DGRSP.
Guardas prisionais alertam para a falta de meios
Ao JN, o dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico Morais, destaca a "escassez de guardas no parlatório da cadeia, que quase permitiu a entrada de algo ilícito". E acrescenta que só o "excelente profissionalismo dos guardas prisionais" que estavam a controlar o sistema de videovigilância impediu que tal tivesse sucedido.
"De louvar, igualmente, o excelente trabalho da guarda prisional que, na entrada de visitantes, detetou que uma senhora que transportava dois pedaços de uma substância que se presume ser estupefaciente. Hoje, mesmo com a falta de efetivos, o estabelecimento prisional de Paços de Ferreira está mais seguro devido ao profissionalismo dos guardas prisionais", defende Frederico Morais.