Omar Gomez chegou do Canadá para assistir a torneio de futebol e tinha à espera a PJ do Porto. Vai cumprir 15 anos em Itália por tráfico.
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A fuga de 32 anos do mafioso Omar Rivera Gomez, que fará 70 anos em maio, terminou na passada quinta-feira no Aeroporto de Francisco Sá Carneiro, na Maia, onde foi detido pela Polícia Judiciária. Omar vivia há vários anos no Canadá, onde é empresário, e deslocou-se ao Porto com os netos, que vinham participar num torneio internacional de futebol, mas as suas movimentações estavam a ser seguidas pelas polícias italianas e norte-americana. Quando desembarcou tinha os inspetores da PJ do Norte à sua espera.
O traficante, de nacionalidade colombiana, mas membro destacado da máfia napolitana, era procurado pela autoridades italianas após ter sido condenado, em 2004, a 15 anos de prisão por tráfico de droga. Não esperou pelo julgamento e fugiu em 1992, quando soube que havia um mandado para ficar em prisão preventiva.
Em Itália, Omar Rivera Gomez residia em Napóles, numa zona de habitação de luxo e, conta o jornal italiano Corriere della Sera, tinha uma moradia na pequena cidade costeira San Felice Circeo, onde se concretizaram diversos negócios ligados ao tráfico de droga.
A investigação realizada nos anos 90 do século passsado começou quando foram detetadas transações de cocaína que chegavam a Itália a partir da Colômbia e de Espanha. Numa delas, as autoridades conseguiram intercetar, em França, um homem ao serviço de Rivera que estava na posse de dez quilos daquela droga.
Acossado, o traficante acabou por fugir, mas, apesar de se ter rodeado de todas as precauções que tomou, sempre esteve na mira do Ministério Público do Tribunal de Nápoles. E praticamente todas as polícias italianas lhe procuravam o rasto, desde a Unidade de Investigação dos Carabinieri de Nápoles ao Esquadrão Móvel da Sede da Polícia, a Esquadra Aérea de Nápoles e o GICO (Grupo de Investigação da Criminalidade Organizada) da Guardia di Finanza.
No seu encalço estavam também vários departamentos da norte- americana DEA (Drug Enforcement Administration) e das autoridades canadianas.
Buscas alargadas
O cerco a Rivera, que terá utilizado sempre o seu nome verdadeiro desde que fugiu de Itália, foi-se apertando à medida que as autoridades localizavam pessoas que lhe eram próximas e garantiam a segurança no Canadá.
Na sequência de várias ações de vigilância, foram conhecidos os seus planos para viajar até Portugal, com familiares, para assistirem a um torneio de futebol em que entrariam netos de Omar. A operação foi alargada a nível internacional para dar cumprimento ao mandado de detenção a pedido das autoridades italianas.
Na quarta-feira, a sua partida do Aeroporto de Toronto, no Canadá, foi comunicada à PJ, que o deteve à chegada ao aeroporto, já no dia seguinte, às 7 horas. Ouvido no Tribunal da Relação do Porto, vai aguardar agora em prisão preventiva o processo de extradição.
Pormenores
Esteve em Espanha
Omar Rivera Gomez faz 70 anos em maio. Quando fugiu de Itália, em 1992, passou por Barcelona, em Espanha, antes de se fixar no Canadá, onde foi localizado pelas autoridades norte-americanas.
Lugar destacado
O fugitivo tinha um lugar de destaque na estrutura da máfia napolitana, dadas as suas ligações aos cartéis colombianos de tráfico de drogas e aos circuitos que controlava para introduzir cocaína na Europa.