Questionado sobre a polémica com o cartoon exibido pela RTP que associa forças de segurança a racismo, o ministro da Administração Interna,fez saber, esta segunda-feira, que na sexta-feira à noite contactou o presidente do Conselho de Administração da RTP a dar conta do seu desagrado.
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José Luís Carneiro explicou que o contacto foi feito para "manifestar desagrado com o facto de um cartoon daquela natureza ter sido exibido num festival que tem muitos milhares de jovens e que tem milhões de seguidores".
No sábado, o governante remeteu ao mesmo responsável uma missiva na qual, ressalvando a "liberdade de expressão", chamou a atenção para que esta "não coloque em causa a imagem e o prestígio das pessoas e instituições".
Face ao esclarecimento entretanto feito pelo autor do cartoon, que afirmou que o mesmo se reportava aos últimos acontecimentos em França, José Luís Carneiro disse entender a explicação, compreendendo que a sátira "não se destinava às forças de segurança portuguesas".
Frisou que "as forças de segurança, como a Polícia de Segurança Pública, a Guarda Nacional Republicana e outras forças e serviços de segurança, cumprem e fazem cumprir a legalidade democrática e os valores constitucionais", designadamente o "artigo 13° da Constituição, que diz que todos os cidadãos são tratados com igualdade, independentemente das suas origens sociais, das suas origens raciais e das suas convicções ideológicas, políticas e religiosas, e esse é um valor que é uma marca do país e é também uma marca da atuação das forças de segurança".