Mais de 20 reclusos da cadeia do Vale do Sousa isolados em Custóias com covid-19
Presos estavam assintomáticos, mas protocolo obrigou a que fossem transferidos para espaço clínico. Sistema prisional tem 322 reclusos, 97 guardas e 24 trabalhadores positivos ao coronavírus.
Corpo do artigo
Vinte e dois presos da cadeia do Vale do Sousa, em Paços de Ferreira, infetados com covid-19 foram transferidos para o estabelecimento prisional de Custóias, em Matosinhos, e permanecem internados no espaço clínico ali criado, no âmbito do plano de contingência delineado. Nesta terça-feira, as cadeias portuguesas tinham 322 reclusos, 97 guardas prisionais e 24 trabalhadores positivos ao coronavírus.
Segundo a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), todos os presos da cadeia do Vale do Sousa estavam assintomáticos, mas, mesmo assim e "conforme o protocolado nos planos de contingência da DGRSP", foram transferidos para o espaço clínico criado com o único objetivo de acolher presidiários infetados. "Mais se informa que no estabelecimento prisional de Vale do Sousa há ainda um trabalhador da guarda prisional e um outro civil que também estão positivos à covid-19", avança fonte oficial.
Mais de 2330 reclusos ficaram infetados, mas já recuperaram
Os números da DGRSP mostram que, entre os reclusos, havia, nesta terça-feira, 322 casos ativos e 2377 "casos clinicamente recuperados". Já entre os jovens internados em centros educativos apenas um está infetado, sendo que 35 já foram dados como recuperados. Há ainda 97 guardas prisionais e 24 trabalhadores das cadeias doentes e 1071 profissionais que já voltaram ao serviço após terem estado infetados.
"Informa-se, igualmente, que a taxa de cobertura vacinal dos trabalhadores da DGRSP é 87,96%, a dos reclusos é de 92,42% e a dos jovens internados em centros educativos é de 88,42%. A vacinação da dose de reforço foi monitorizada e disponibilizada através da task-force e o reforço vacinal está a ser realizado por várias fases. A taxa da vacinação de dose de reforço é uma taxa relativa, já que a eleição para a inoculação está depende de vários critérios (temporal, se teve infeção, se já tem o esquema primário completo). Assim, e com corte a 3 janeiro, a taxa é de 59,43%, com uma taxa de recusa de 0,42%.", descreve a DGRSP.
Até ao momento, foram realizados 70 263 testes (PCR e rápidos) à covid-19 nas cadeias portuguesas. "Estes testes foram realizados por vários motivos, tais como: rastreios na sequência de casos suspeitos ou casos confirmados; protocolo entre DGRSP/INEM/INSA para profissionais dos EP; protocolo entre DGRSP/INEM/INSA para reclusos entrados e em quarentena;", esclarece a DGRSP. Também foram realizados testes no Hospital Prisional São João de Deus aos internados, "sendo que os testes são efetuados em conformidade com as diretrizes da saúde pública".