Mais dois membros do grupo que ficou conhecido por "gangue dos hipers" foram detidos, pela PSP de Beja, depois de o grupo ter sido apanhado, em fevereiro, no interior de uma loja, no Retail Parque de Beja.
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Com idades compreendidas entre os 22 e os 35 anos e registo de assaltos em vários pontos do país, o gangue furtava portáteis, telemóveis e bebidas espirituosas de elevado valor. Procedente de uma localidade do concelho de Odivelas (Lisboa), é suspeito de mais de três dezenas de furtos praticados desde janeiro de 2022, na zona da Grande Lisboa, Algarve e Alentejo.
O Comando Distrital de Beja (CDB) da PSP anunciou hoje que deteve mais dois elementos desse grupo, de 22 e 24 anos, que depois de presentes a um Juiz de Instrução Criminal (JIC) do Tribunal de Beja, foram colocados em prisão preventiva, juntando-se aos outros dois que já se encontravam na mesma situação, mas à disposição de outros processos investigados em outras comarcas do país.
O “Gangue dos Hipers” foi detido no passado dia 11 de fevereiro, no interior da loja do Modelo, no Retail Parque de Beja, numa altura em que o grupo já tinha dois carrinhos de compras com telemóveis, smartwatch e bebidas espirituosas, material avaliado em 6930 euros. Os cinco indivíduos foram neutralizados pela ação da PSP, tendo somente um deles, praticante de artes marciais, tentado resistir aos agentes da PSP.
O grupo foi traído por um furto feito no dia anterior na loja da Worten, no Continente localizado no outro extremo da cidade, junto ao IP2, de onde levaram diverso material eletrónico e telemóveis cujo valor ascendia a 1200 euros. Aquando deste furto, e depois de visionadas as imagens das câmaras de vigilância, os agentes da Esquadra de Investigação Criminal (EIC) pediram informações a outros comandos distritais e perceberam que estavam em presença de um grupo muito perigoso e organizado.
Um dos suspeitos cometeu o erro de levar a mesma roupa, um fato de treino vermelho, que facilmente identificou o grupo. Após a entrada no estabelecimento do Retail Parque, os agentes “à paisana” aguardaram que estes estivessem prontos para sair do espaço para atuarem e fazerem as detenções.
Na altura, foi também apreendida uma viatura de alta cilindrada, que tinha sido furtada, diversas chapas de matrículas falsas, que os suspeitos usavam em cada furto, folhas de serrote, fita isoladora, dispositivos de segurança e 355 euros em numerário. Foram ainda recuperados dez telemóveis e um smartwatch do furto perpetrado no primeiro dia em Beja.
Presentes a tribunal e soltos sem serem ouvidos
Os cinco homens, alguns deles já condenados a penas efetivas de prisão, foram presentes a 13 de fevereiro a um Juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Beja para aplicação das competentes medidas de coação, mas acabaram por ser libertados sem serem ouvidos.
Na altura, o JN contactou o Procurador Coordenador do Ministério Público (MP) de Beja, que confirmou que “os detidos não foram interrogados em primeiro interrogatório”, justificando que o processo encontrava-se "em investigação, com vista à recolha de prova”, concluiu.
O JN apurou que quando foram presentes ao JIC, o Comando Distrital de Beja da PSP juntou mais de três dezenas de inquéritos de outros furtos ocorridos em diversas partes do país, onde o grupo era o principal suspeito.