Quando os desaparecimentos não são meras fugas rapidamente resolvidas, os casos envolvem, regra geral, menores de 12 anos e estão ligados a crimes, por exemplo de abuso sexual ou de subtração de menores, os raptos parentais. Com as redes sociais, são recorrentes as situações em que adultos ou menores com mais de 16 anos seduzem crianças e as convencem a fugir de casa para encontros sexuais, muitas vezes usando falsas identidades online. Também existem raras situações de sequestro ou de homicídio e há ainda os casos de subtração de menores, ou raptos parentais.
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Os raptos parentais são os casos de mais difícil abordagem por parte das autoridades. Mesmo que, depois de uma averiguação sumária preventiva, a criança seja localizada, as autoridades veem-se confrontadas, na grande maioria das situações, com o problema da falta de regulação de poder paternal.
"As subtrações de menor acontecem muitas vezes quando os tribunais ainda não determinaram a regulação do poder paternal. Não podemos retirar a criança a um pai ou uma mãe sem que haja uma decisão do tribunal de família e menor. Nestes casos, temos obrigação de remeter os autos para o tribunal decidir", adiantou fonte da PJ.
Jurista rapta filha
Por vezes, mesmo quando a Justiça já regulou visitas e contactos, os pais raptam na mesma os filhos, simplesmente porque não os querem partilhar. Foi o que aconteceu a um jurista de Braga que sequestrou a filha, de 10 anos, durante 52 dias. Detido pela PJ há cerca de um mês e colocado em prisão domiciliária, o pai já tinha raptado a menina este ano e, depois de ter sabido de uma decisão judicial que o impedia de visitá-la, voltou a subtraí-la à mãe.
Foi à saída do colégio que o indivíduo, de 50 anos, abordou a criança e a raptou, no dia 12 de maio. A mãe fez queixa. O suspeito andou por várias localidades em Portugal, pernoitando em pensões e comendo em restaurantes como o McDonald"s, para agradar à criança. Recentemente, decidiu ir para Espanha, onde acabaria por ser detido, em Vigo.
Avisar logo autoridades
Não espere para participar o desaparecimento. É errada a informação de que tem de esperar 48 horas para o fazer. A comunicação às autoridades deve ser feita imediatamente após terem-se frustrado as tentativas de localização, baseadas nas rotinas pessoais, quer de locais frequentados quer de horários habituais.
Alertar os filhos
Uma relação próxima com os seus filhos é importante e falar com eles sobre os perigos de uma má utilização da Internet, também. Deve alertá-los para não darem confiança a desconhecidos através de um computador ou de um telemóvel.
Ensinar a dizer não
Sempre que se sintam ameaçados ou receosos com a presença de alguém, ensine os seus filhos a dizer "não" e a gritar algo como "socorro, este não é o meu pai". Também pode ensiná-los a fugirem da situação e a denunciarem imediatamente o sucedido.
Impor regras
Lembre-se de impor regras para os seus filhos brincarem na rua. Não os deixe sem vigilância. Se, por exemplo, brincam no quintal, tenha a janela aberta para os ouvir e feche o portão à chave.
Visitas escrutinadas
Ensine os seus filhos sobre quem podem visitar quando ficam sós, até onde podem ir na vizinhança e a não abrirem a porta a ninguém, salvo se os pais lhe disserem para o fazer. Nunca devem dizer a estranhos que estão sozinhos em casa.