A advogada da empresária de comunicação Manuela Couto defendeu esta sexta-feira nas alegações finais do processo em que a arguida é acusada de ter beneficiado de inúmeras adjudicações por parte do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) que todos os serviços foram prestados e eram de excelência.
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O Tribunal de São João Novo, no Porto, marcou as alegações do ex-presidente do TPNP, Melchior Moreira e da ex-diretora, Isabel Castro, para a próxima semana.
De acordo com o Ministério Público (MP), os dois responsáveis do TPNP acertaram um plano, com alegados contratos de adjudicação direta feitos à medida, para que fosse sempre Manuela Couto a fornecer os serviços de assessoria e comunicação ao TPNP. Entre 2015 e 2018, a empresária faturou cerca de um milhão de euros à entidade, através de diversas sociedades que controlava. O MP até garantiu ter existido “contratos fantasmas”, nunca executados.
Esta sexta-feira, nas alegações do julgamento que já dura há cerca de um ano e meio, a advogada Solange Jesus criticou as teses do MP.
“Lida a acusação, parece que estamos perante um conjunto de mal feitores, mas a prova mostra que não é assim”, disse a advogada que negou alegados prejuízos causados ao erário público.
“Todos os contratos foram executados. A Manuela Sousa [voltou a adotar o nome de solteira] sempre trabalhou muito e bem para que as suas empresas se impusessem pela excelência como fornecedora do TPNP”.
Solange Jesus argumentou ainda que a sua cliente possa ter cometido erros, mas afastou a tese de que esta sabia que os decisores públicos pudessem estar a violar os seus deveres funcionais. Pediu a absolvição de todos os crimes.