
António Cotrim/Lusa
O Presidente da República separou, esta quinta-feira, a investigação judicial que levou à detenção do diretor do Museu da Presidência de iniciativas que desencadeou neste início de mandato, numa alusão à auditoria interna sobre as contas de Belém.
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"Esta investigação é uma realidade separada de iniciativas tomadas já no meu mandato, se quiserem. São realidades complementares, mas separadas, uma vez que [esta investigação] começou bem antes do mandato presidencial que me respeita", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no parlamento.
Questionado sobre a detenção do diretor do Museu da Presidência, Diogo Gaspar, o chefe de Estado respondeu: "De facto, confirma-se um conjunto de investigações que respeitam a um funcionário por factos antigos, um diretor de serviço antigo, muito conceituado, condecorado pelos meus antecessores, que deve ser presumido inocente, e espero que possa provar a inocência".
"Mas a justiça é igual para todos e, portanto, naturalmente que deve estar sujeito, ele, como todos nós, à investigação da justiça. E dei instruções para que houvesse a total colaboração nessa investigação em curso", acrescentou.
"Justiça sem discriminações"
Marcelo referiu ainda que estas investigações respeitam a "factos antigos" e envolvem "um funcionário diretor de serviço antigo, muito conceituado", do quadro da Presidência da República, salientando que Diogo Gaspar foi condecorado pelos seus dois antecessores.
"Não tendo embora sido uma escolha minha, eu espero que possa provar a inocência. Mas o que é facto é que os portugueses esperam que na Presidência da República, como em todas as instituições, a justiça se aplique sem discriminações", acrescentou.
"Não há justiça de primeira nem de segunda, o que tem de ser aplicado é aplicado", reforçou.
Segundo o Presidente da República, "é muito importante que os portugueses percebam que todas as instituições devem ser exemplares".
"E se há factos que no passado ocorreram e que merecem investigação, seja um passado muito remoto, seja um passado relativamente próximo, sendo embora anteriores ao início do meu mandato, eles devem ser investigados", defendeu.
