Ex-agente de Maria Lisboa relatou ao programa "Júlia" episódios de violência e perseguição. Cantora reagiu horas depois com comunicado nas redes sociais e garante que vai recorrer, acreditando na absolvição.
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Maria Lisboa quebrou o silêncio esta terça-feira, depois de Cristina Paiva, a sua antiga agente, ter dado uma entrevista no programa "Júlia", da SIC, onde descreveu episódios de alegada perseguição, agressões e vandalismo. A cantora foi recentemente condenada a três anos e meio de pena suspensa, no âmbito de um processo-crime movido por Cristina Paiva, mas garante que irá recorrer da decisão.
A agente esteve à conversa com Júlia Pinheiro, na SIC, onde relatou os episódios que diz ter vivido durante e após a rutura profissional com a cantora. Em lágrimas, descreveu um cenário de perseguição prolongada, que inclui agressões físicas, intimidação, vandalismo e danos irreparáveis na sua vida pessoal e profissional.
Segundo Cristina Paiva, os problemas começaram após a rescisão do contrato que a ligava a Maria Lisboa. A ex-agente revelou que a artista a acusou publicamente de desrespeitar os termos do acordo profissional, mas garante que foi alvo de retaliações graves, que começaram com difamação nos bastidores e escalaram para atos violentos.
Um dos momentos mais dramáticos que partilhou em direto foi o relato da vandalização da sua casa em março de 2020. Cristina contou que, ao chegar à habitação, depois de ter sido alertada pela filha, encontrou um cenário de destruição: grafitis nas paredes, líquidos corrosivos despejados sobre o colchão e eletrodomésticos, garrafas de vinho entornadas sobre o televisor, e o cofre arrombado, de onde desapareceram joias, dinheiro e dispositivos com fotografias pessoais.
As imagens íntimas, segundo contou, terão sido posteriormente divulgadas a empresas com quem trabalhava e até deixadas em caixas de correio no prédio onde vivia. Para além dos danos materiais, Cristina Paiva revelou que os seus animais de estimação — dois gatos — não resistiram aos efeitos da exposição a produtos tóxicos espalhados pela casa. “Foi um terror absoluto. Vi a minha vida desfeita em poucas horas”, afirmou.
Pouco tempo depois, garante, foi atacada na garagem do prédio onde residia, por indivíduos não identificados que a ameaçaram e referiram que o próximo alvo seria a sua filha. Apresentou queixa na Polícia e, ao longo do processo, reuniu provas que sustentaram parte das acusações levadas a tribunal.
De acordo com a sentença, algumas das alegações feitas por Cristina Paiva foram consideradas provadas, levando à condenação de Maria Lisboa a três anos e meio de pena suspensa, por crimes como furto qualificado e danos. A artista não terá, no entanto, de pagar qualquer indemnização à ex-agente, segundo a decisão judicial.
Após a emissão do programa, Maria Lisboa reagiu através de um comunicado oficial publicado nas suas redes sociais, onde rejeita as acusações, afirma-se inocente e garante que irá recorrer da decisão judicial.
“No passado dia 5 de maio, fui notificada de uma decisão judicial que me condenou pela prática de um crime de furto qualificado. Esta decisão será objeto de recurso para o Tribunal da Relação, uma vez que não me conformo com o facto de ter sido condenada por um crime que não pratiquei”, escreveu a artista.
Maria Lisboa explicou que tudo terá começado depois de anunciar publicamente que já não pretendia ser representada por Cristina Paiva. “Este processo-crime surgiu na sequência de uma queixa apresentada pela Exma. Senhora Paula Cristina Santos Paiva. O Ministério Público, que conduziu a investigação no âmbito deste processo, determinou o seu arquivamento por não ter obtido indícios que permitissem imputar-me a prática desse crime. Contudo, face às declarações da Exma. Senhora Paula Cristina Santos Paiva perante o Juiz de Instrução Criminal, o processo prosseguiu para obter este lamentável desfecho".
A cantora reforçou que não lhe foi exigido qualquer pagamento indemnizatório no âmbito da condenação, e garantiu que os comportamentos de que é acusada “são totalmente contrários" aos seus princípios e à sua forma de vida, "não sendo suportável" para ela estar a eles associada.
No fim da nota, apelou ao respeito pela sua dignidade: “Independentemente de opiniões ou julgamentos, peço que se preserve o respeito à dignidade como pessoa.” Agradeceu ainda as manifestações de apoio recebidas desde que o caso voltou a ser falado publicamente.
Maria Lisboa assegura que vai continuar a lutar nos tribunais para limpar o seu nome.