Indivíduo de 70 anos aproveitava momentos em que mulher saía de casa para fazer compras. Foi detido pela PJ de Lisboa após denúncia.
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O marido de uma ama a quem tinham sido confiadas duas irmãs, de sete e nove anos, foi detido pela Polícia Judiciária de Lisboa, por abuso sexual de menores. O homem, de 70 anos, agricultor reformado, residente na malha urbana de Sintra, é suspeito de ter forçado as menores a verem filmes com conteúdos pornográficos, enquanto as molestava. Já está em prisão preventiva.
Segundo apurou o JN, as duas irmãs são oriundas de uma família que é vizinha da ama e do marido suspeito. Numa relação de total confiança com a mulher, os pais decidiram deixar as filhas ao cuidado da ama, durante o dia, enquanto iam trabalhar.
A ama sempre tratou bem das crianças e nunca desconfiou do marido, que aproveitaria as saídas daquela para abusar das irmãs. Quando a mulher ia às compras ou tinha uns afazeres no exterior, o marido ficava a sós com as crianças.
A PJ "procedeu à identificação, localização e detenção fora de flagrante delito de um homem, com dupla nacionalidade - cabo-verdiana e portuguesa - com 70 anos de idade, por existirem contra ele fortes indícios da prática de, pelo menos, oito crimes de abuso sexual de crianças", segundo um comunicado.
Aproveitando os momentos a sós, o homem visualizava filmes pornográficos que também mostrava as meninas, ao que tudo indica para as influenciar e levá-las a reproduzir o que viam.
"Os factos que determinaram a detenção fora de flagrante delito ocorreram, entre finais do ano de 2021 e julho de 2022, na área da comarca de Sintra", precisa a PJ, que realizou buscas no apartamento da ama para recolher esses conteúdos pornográficos. Foi apreendido um vasto acervo probatório, segundo a PJ, que imputa oito crimes de abuso sexual ao indivíduo.
Ao fim de cerca de oito meses, as crianças, a quem o homem tinha pedido segredo sobre os atos sexuais, acabaram por denunciar os factos aos familiares, que, por sua vez, contactaram a PJ. Perante a gravidade dos factos, em poucos dias foram reunidas provas suficientes para deter o indivíduo.
Pelo que apurámos, o suspeito remeteu-se ao silêncio tanto perante os inspetores de luta contra os crimes sexuais, como perante os magistrados que o interrogaram no Tribunal de Sintra.
Foi conduzido ao Estabelecimento Prisional de Sintra, onde irá aguardar julgamento.
Denúncia direta à PJ beneficiou vítimas
Logo após ter ouvido as denúncias das irmãs, os familiares contactaram diretamente o piquete da Polícia Judiciária, o órgão de polícia criminal com competência exclusiva para investigar este tipo de crime. Assim, as menores apenas tiveram de relatar os factos uma vez, minimizando o impacto nas vítimas.