Cunhado das vítimas é o principal suspeito de crime, em Valpaços, e foi detido. Ameaças de morte há mais de quatro anos.
Corpo do artigo
Um casal de agricultores foi morto a tiro de caçadeira, ao início da tarde de sábado, na freguesia de Carrazedo de Montenegro, Valpaços. O suspeito do crime é cunhado das vítimas e foi detido na sua casa, sem oferecer resistência. Desavenças antigas motivadas por uma caçada ao javali terão levado ao trágico desfecho.
12258547
Laurindo Cunha, 52 anos, e Ana Paula Teixeira, 49 anos, foram encontrados baleados, pelas 13 horas, num lameiro, a 500 metros do centro da aldeia de Avarenta, por familiares que os esperavam para o almoço. "Por volta das 10 horas, foram arrancar erva para a propriedade e, como demoravam a chegar, a família começou a estranhar, porque o Laurindo nunca era de chegar tarde para a refeição. Uma das irmãs veio ao largo do povo muito preocupada com o atraso. Fomos com ela ao lameiro e encontrámos aquele cenário. Cada um tombado para seu lado, já mortos", conta Manuel Silvino, residente em Avarenta.
Desavenças antigas
Vários depoimentos de familiares das vítimas e de habitantes da aldeia apontavam no sentido de um ajuste de contas que envolvia o cunhado das vítimas, José Elias dos Santos. Os militares da GNR deslocaram-se à casa do suspeito.
Ao ser abordado, o presumível homicida, de 66 anos, não terá oferecido resistência e foi detido pelos investigadores, que também apreenderam uma caçadeira e uma carabina, contou fonte da GNR do Destacamento Territorial de Vila Real.
Tudo aponta para que a motivação dos homicídio esteja ligada a uma desavença com cerca de quatro anos. "Na altura, o Laurindo e o Elias foram a uma caçada ao javali. Um deles terá morto um animal, mas quem o levou para casa foi o outro. Desde então, andavam de candeias às avessas e tudo piorou quando, há cerca de dois anos, o Elias terá agredido um rapaz e o caso foi para tribunal, com o Laurindo a ser testemunha de defesa do jovem. A partir daí, houve várias ameaças", conta um morador de Avarenta, que solicitou anonimato.
"Ele já tinha ameaçado de morte o meu irmão", confirma Florinda Cunha, uma das irmãs de Laurindo. "Até chegou a dizer que havia de matar mais", acrescenta. "Eles não se davam. Ele [Elias] já tinha feito ameaças, mas não estávamos à espera desta tragédia", conta Silvana Moutinho, outra moradora da aldeia, em choque com os crimes.
A Polícia Judiciária de Vila Real esteve no local do crime a recolher indícios. O detido deverá ser na segunda-feira apresentado em interrogatório perante juiz de instrução criminal, para aplicação de medidas de coação.