Homem desempregado não aguentou fim de relação que durou dez anos. Quando "ex" voltou a casa para levar pertences, deu-se discussão fatal.
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Não suportava o término de uma relação que durava há mais de dez anos. Tresloucado, aproveitou uma deslocação da mulher e do filho de dez anos ao apartamento, situado na Ajuda, no Funchal, que até há três semanas partilhavam, para assassina-los à facada. Depois, conduziu cerca de 30 quilómetros até as falésias do Caniçal, onde se terá suicidado ao atirar-se para as rochas.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, Gregório da Silva Moniz, de 48 anos, que estava atualmente desempregado, andava deprimido. Desde que a mulher tinha decidido separar-se e ido viver para a casa dos pais, levando consigo o filho de ambos, o homem apresentava, segundo vizinhos, sinais de enorme ansiedade.
No domingo, a mulher, que era funcionária de um hotel da ilha, deslocou-se ao apartamento da rua da Casa Branca, situado no condomínio fechado "Bom Jesus", próximo da conhecida zona do Lido, para recolher alguns pertences que ali deixara.
Mas, nesse momento, ter-se-á gerado uma discussão entre o casal, levando Gregório Moniz a munir-se de uma faca, com a qual deu um golpe fatal do pescoço da ex-companheira. Depois, em circunstâncias ainda não apuradas, matou o filho.
"Não ouvimos nada. Só demos conta do crime depois de cá chegar a PSP. O homem andava deprimido há várias semanas, por estar em processo de separação", contou um vizinho ao JN.
Pais estranharam silêncio
Foi apenas esta segunda-feira, que os pais da mulher decidiram deslocar-se ao apartamento. Desde a véspera que estavam sem notícias da filha e do neto, que não atendiam os telemóveis. Sabiam que tinham ido à casa onde vivia o ex-genro e por isso foram lá. Como ninguém abriu a porta, chamaram a PSP, que acabou por encontrar os dois cadáveres. Foi chamada a Polícia Judiciária para investigar o caso e, ao mesmo tempo, lançado um alerta geral para localizar o indivíduo.
Pouco depois, as autoridades deslocaram-se a um miradouro, na zona do Caniçal, onde encontraram um carro abandonado, propriedade do suspeito. Tudo indica que, depois dos homicídios, Gregório Moniz abandonou os corpos no apartamento do primeiro andar e dirigiu-se ao carro e conduziu cerca de 30 quilómetros até ao Miradouro do Rosto do Vento na freguesia do Caniçal, onde a viatura foi localizada.
Na segunda-feira à tarde, as equipas de busca e salvamento dos Bombeiros Municipais de Machico e as unidades de busca e desaparecidos da GNR, bem como elementos da Polícia Marítima, foram mobilizados para o local.
A cerca de 200 metros do Miradouro, foi avistado um corpo na falésia. Tudo indicava tratar-se de Gregório da Silva Moniz, mas as autoridades começaram por se recusar a confirmar a suspeita. Já era noite quando essa informação foi confirmada.
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Resgate na falésia feito com recurso a drone e barco
Depois de as autoridades terem encontrado o carro de Gregório Moniz no Miradouro do Rosto do Vento, freguesia do Caniçal, socorreram-se de um drone para sobrevoar as falésias e, desse modo, conseguiram localizar o corpo. Dado o declive da falésia e o mau tempo, optaram por resgatar o corpo por via marítima, com uma embarcação do serviço de socorros a náufragos.