Marcus Turker, de 28 anos e nacionalidade sueca, está acusado pelo Ministério Público do homicídio de Tiago Danu, o jovem modelo setubalense que o enfrentou quando este, na companhia de Deniel Altinkaya, também sueco com 40 anos, interrogava um amigo da vítima pelo uso de um cartão de crédito que lhes foi furtado.
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Tiago, então com 17 anos, foi esfaqueado mortalmente no abdómen num parque de estacionamento em Setúbal após desferir um murro em Marcus, que o tentava agarrar. Foi depois abandonado pelos suspeitos que se puseram em fuga com um dos seus amigos numa carrinha. Marcus está acusado de homicídio e sequestro, enquanto Deniel responde por sequestro.
O crime ocorreu na noite de 27 de novembro quando a vítima convivia com três amigos dentro de um carro num parque de estacionamento junto de casa em Setúbal. Os suspeitos surgiram numa carrinha e retiraram os dois amigos de Tiago do carro. Um deles foi confrontado com um vídeo em que aparecia com outro indivíduo a realizar uma compra com um cartão furtado dos suecos num posto de combustível, negando conhecer quem o acompanhava.
Tiago saiu da viatura e Marcus tentou agarrá-lo. Tiago esmurrou-o e foi nesse momento esfaqueado no abdómen. Os dois suspeitos colocaram-se em fuga com o amigo de Tiago na carrinha, abandonando o modelo setubalense e o segundo rapaz com quem este convivia. A vítima foi assistida pelos socorristas do INEM e transportada para o hospital, mas viria a morrer.
Os suspeitos acabaram por regressar ao local do crime com o rapaz que tinham raptado, depois de o interrogarem novamente, e libertaram-no. Puseram-se depois em fuga. Deniel fugiu para a Suécia e viria a ser detido em dezembro, sendo extraditado para Portugal. Marcus era suspeito por tráfico de droga na Suécia e ficou em Portugal. Também foi detido.
O setubalense Tiago Danu estudava atualmente em Lisboa, num curso de energias renováveis e trabalhava na empresa de trabalho temporário da Autoeuropa. Tinha carreira de modelo, com várias aparições em desfiles de moda.
Na origem do crime está o furto do cartão bancário dos dois arguidos, que terá ocorrido um mês antes do crime, quando os dois chegaram a Portugal. No espaço de um mês, e de forma que não é especificada na acusação do Ministério Público, os dois homens conseguiram saber que o cartão clonado tinha sido usado em Setúbal. E tiveram acesso à videovigilância de um posto de combustível que revelava dois jovens na posse do cartão. Com essa informação, os suspeitos localizaram um desses rapazes no Monte Belo Norte, onde viriam a matar Tiago Danu.