Toxicodependente deixou jovem padeiro desfigurado. O crime foi cometido quando agressor e vítima estavam a roubar combustível num estaleiro de obra.
Corpo do artigo
João Pedro Gomes, um desempregado de 23 anos, decidiu roubar o seu companheiro de crime e, durante um assalto a um estaleiro em Vale de Cambra, matou-o à pancada para fugir com 275 euros, um relógio avaliado em 300 euros e um velho carro que não valia mais de 400 euros. O assassinato ocorreu na madrugada de 17 de setembro do ano passado, João Pedro Gomes foi detido dois dias depois e, no próximo mês, será julgado pelos crimes de homicídio e roubo.
Como o JN noticiou na altura, João Pedro Gomes e Vítor Almeida, um padeiro de 24 anos, eram parceiros em pequenos assaltos cometidos, quase sempre, em Vale de Cambra e concelhos limítrofes. Vítor planeava e escolhia os locais a furtar e João Pedro auxiliava-o a cometer os crimes. Esta parceria manteve-se até meio de setembro último, quando ambos decidiram invadir um estaleiro pertencente à empresa Restradas para furtar combustível. Aquando do planeamento do assalto, João Pedro já sabia que o comparsa tinha vendido, nesse mesmo dia, um carro por 275 euros e programou apropriar-se dessa quantia.
Assim, descreve a acusação do Ministério Público, quando os dois homens, pelas 23.30 horas, forçaram a entrada no estaleiro, o desempregado já ia preparado para atacar Vítor Almeida quando este estivesse debruçado a retirar gasóleo de uma retroescavadora. Assim pensou, assim o fez, atingindo a cabeça do parceiro com uma pedra com mais de cinco quilos. A vítima manteve-se de pé, mas foi empurrada e agredida a murro. Depois, João Pedro Gomes agarrou num barrote e voltou a atingir, várias vezes, o colega, deixando-o desfigurado.
Confissão nula
Já na posse dos 275 euros e do telemóvel do morto, João Pedro Gomes fugiu no carro da vítima e dirigiu-se ao Porto para comprar droga. Por fim, regressou a casa, em Vale de Cambra.
Após ter sido detido, o alegado homicida confessou a autoria do crime aos inspetores da Polícia Judiciária e chegou a participar numa restituição realizada no estaleiro. Estes atos fazem parte das provas apresentadas pelo MP, mas o advogado Fernando Moura vai pedir a sua nulidade. "A confissão e a reconstituição foram feitas sem a presença de um advogado de defesa. E esse é um direito irrenunciável", justifica Fernando Moura, defensor do arguido.