Matou-se na prisão mulher condenada pelo homicídio das filhas no mar em Cascais
A mulher que foi condenada à pena máxima pelo homicídio das duas filhas, de 19 meses e quatro anos no mar em Cascais em 2016, suicidou-se na prisão de Tires. Sónia Lima foi encontrada na cela na madrugada deste domingo.
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Ao JN, a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) avança que a reclusa foi detetada por guardas prisionais durante a ronda e que a Polícia Judiciária está a investigar.
“A DGRSP informa que se verificou a morte, por suicídio, de uma reclusa do Estabelecimento Prisional de Tires. A ocorrência foi detetada pelos elementos da vigilância no decurso de ronda, tendo sido ativado o INEM que confirmou o óbito. Como decorre do legalmente previsto foram chamados os órgãos de polícia criminal competentes que incluem a Policia Judiciária e feitas as comunicações devidas às autoridades judiciais. O corpo foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal de Lisboa para efeitos de autópsia”, informa fonte oficial da DGRSP.
O crime pelo qual Sónia Lima foi condenada pelo Tribunal de Cascais a 25 anos de prisão aconteceu a 15 de fevereiro de 2016. A mulher, acompanhada das duas filhas, saiu da casa dos seus pais, na Amadora, e ao início da noite entrou na água com as filhas, junto ao Forte da Giribita, em Paço de Arcos, Oeiras. O corpo da criança de 19 meses foi encontrado no dia do desaparecimento, enquanto o da sua irmã esteve desaparecido durante sete dias, até que foi encontrado na praia de Caxias.
Em julgamento, a mulher negou os crimes, alegando que foi um acidente e que as tinha levado a urinar junto ao mar. Em 2017, o Tribunal de Cascais considerou que Sónia Lima "entrou com as filhas no mar com o propósito de lhes tirar a vida" e condenou-a por duplo homicídio qualificado. O Tribunal reconheceu que a arguida "não estava em situação de desespero", tinha "apoio familiar" e "ao longo do julgamento nunca manifestou ter interiorizado o que se passou".