Médica da Guarda caluniada pelo ex-marido bancário vai receber dez mil euros
A médica e diretora do Serviço de Cardiologia da Unidade Local de Saúde da Guarda que foi alvo de uma denúncia caluniosa por parte do ex-marido, gerente bancário na pré-reforma e com funções autárquicas, vai ser indemnizada em dez mil euros por danos patrimoniais, decidiu o Tribunal da Relação de Coimbra.
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O valor, apesar de ficar aquém dos 20 mil euros pedidos por Maria Gamboa, é superior aos mil que tinham sido fixados em primeira instância. Na origem do processo esteve uma denúncia anónima que o ex-companheiro Paulo Sanches, separado da ofendida desde 2013, dirigiu ao Ministério da Saúde em 2018. Na carta registada, alegava que tinha sido encontrada diversa documentação clínica de pacientes da médica junto de depósitos de reciclagem na rua, onde aquela tem consultório, lançando, assim, a suspeita de que a mesma ali os teria deixado.
Tal facto deu origem a um processo disciplinar, que correu termos durante dois anos - de 2018 a 2020 -, e que veio a ser arquivado, por se ter concluído que “nenhum elemento minimamente seguro” apontava para que o abandono de papéis fosse da responsabilidade da arguida.