Um médico do Hospital de Santarém, detido para cumprir uma pena de cinco anos de prisão, foi condenado pelo Tribunal de Ponta Delgada, no Açores, por ter abusado de cinco crianças que foram molestadas em balneários e tendas, quando o clínico fazia voluntariado num clube desportivo e num ATL da Ilha Terceira, em 2018. Já está a cumprir pena na cadeia de Caldas da Rainha.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, o médico, hoje com 27 anos, ainda era estudante em medicina quando, há quatro anos, foi passar férias na Ilha Terceira, na época da Páscoa e no verão. Nos dois períodos, procurou ser voluntário quer num clube desportivo, quer num centro de Atividade de Tempos Livres (ATL) da Praia da Vitória.
No clube, arrogando-se a qualidade de estudante em medicina, Miguel C. procurava estar na companhia de jovens atletas com idades entre os 7 e os 10 anos. Queria participar no processo de recuperação das crianças após os jogos e foi nesse período que abuso de vários jogadores.
No verão, no ATL também usou os conhecimentos em medicina para ganhar a confiança dos menores, que acabou por abusar em tendas, durante um acampamento de férias.
Regressou ao continente e só em dezembro de 2018 é que uma das crianças foi ouvida numa entrevista psicológica e denunciou os abusos. A investigação da Polícia Judiciária dos Açores permitiu identificar as outras quatro vítimas e reunir prova para levar o médico a julgamento. O homem nunca chegou a ser detido por não existir perigo de continuação da atividade criminosa. Nunca regressou aos Açores e, no continente, o médico que era monitorizado pela PJ, não praticava qualquer crime. Foi recentemente condenado a cinco anos de prisão que começou agora a cumprir.