A operação "Disrup Tor" fez até ao momento 91 detenções em vários países. Os suspeitos vendiam vários produtos ilícitos como estupefacientes e medicamentos. A operação, coordenada pela Europol e pela Eurojust, teve a participação da Polícia Judiciária portuguesa.
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Os 91 detidos operavam através da "dark web" (parte da Internet que não está visível à maioria dos softwares e que requer acessos específicos e anónimos) e vendiam ilegalmente produtos de vária ordem: "quantidade substancial de substâncias estupefacientes das classes A, B e C, incluindo anfetaminas, cannabis, heroína, cocaína, MDMA e medicamentos contendo substâncias classificadas como psicotrópicas", detalha o comunicado da Polícia Judiciária, enviado esta terça-feira às redações.
A operação com o nome de "Disrup Tor" - "Tor" é o software que permite aceder à dark web - apreendeu mais de três milhões de dólares "em numerário e em moeda virtual". As detenções aconteceram na Europa - 19 na Alemanha, três na Áustria, três no Reino Unido e cinco nos Países Baixos e uma na Suécia - e nos Estados Unidos da América com 60 pessoas detidas.
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Coordenada pela Europol e pela Eurojust, a operação envolveu autoridades em vários países, onde se inclui a PJ portuguesa. Já em maio do ano passado, tinha sido desmantelado o "Wall Street Market" pela polícia alemã, o "segundo maior mercado online ilegal do mundo" que reunia mais de 1,15 milhões de utilizadores, e onde se vendiam drogas, malware e dados roubados.
A "Disrup Tor" aconteceu de forma separada e as investigações continuam ativas em vários países. No total, desde maio de 2019, pelo menos 179 vendedores foram detidos, segundo um comunicado da Europol. Também desde esta altura, estima-se que tenham sido apreendidos 6,9 milhões de dólares (mais de 5,5 milhões de euros) e 500 quilos de droga.
Por sua vez, a PJ realça que a "dark web não é um conto de fadas" e que lhe estão inerentes vários perigos como a venda de drogas contrafeitas que podem levar à morte, as burlas por parte de cibernautas e a exposição do dispositivo (computadores, telemovéis e outros) a "software malicioso".
Além do óbvio crime que os vendedores da dark web estão a cometer, as autoridades portuguesas recordam que os "serviços de aplicação da lei também conseguem detetar transações ilícitas até à sua origem, até ao comprador ou vendedor". Desta forma, quem comprar produtos em sítios ocultos e ilegais corre também o "risco de ser objeto de uma ação penal em vários países".
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