O menino de Chaves que foi internado de urgência no Hospital de S. João, no Porto, estava sinalizado como "criança de risco" desde o nascimento pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Chaves, que a acompanhava e nunca terá encontrado motivos para a promoção de medidas que incluíssem a retirada à mãe.
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No entanto, na véspera de o menino regressar ao Hospital de Chaves, esta semana, o Ministério Público (MP) desta cidade decidiu proibir a progenitora de ver o bebé. A notícia apanhou de surpresa os progenitores.
Segundo fonte dos serviços de Saúde de Chaves, o bebé, quando foi conduzido pela mãe, Beatriz, ao hospital local, a 3 de agosto, apresentava choro, dificuldades respiratórias e convulsões, com sintomas "semelhantes aos de uma crise de epilepsia".
Não tinha qualquer outra lesão além de hemorragias cerebrais. "Porque os sintomas eram em tudo os descritos em situações de bebé abanado" e nem o hospital de Chaves nem o de Vila Real têm condições para receber bebés naquela condição "muito grave", foi pedido auxílio aos especialistas do S. João, para onde o bebé seria transferido de urgência no dia seguinte.
Internado em pediatria e sujeito a exaustivos exames, foi confirmado o diagnóstico de "síndrome de bebé abanado", de que resultaram hemorragias cerebrais, nem todas recentes. E terá sido isso que levou o S. João a alertar o MP e a CPCJ de Chaves para a eventualidade de maus-tratos.
Porém, uma perícia feita pelo Instituto de Medicina Legal revelou a possibilidade de outras causas. Sem afastar a tese de "sacudidelas violentas", admite que as hemorragias possam ter sido causadas por uma queda da mãe no final da gravidez.
A mãe, o companheiro e familiares sempre negaram qualquer "abanão" ao menino.
Reage bem à mãe
Beatriz nunca deixou o S. João, desde que o menino ali foi internado. Foi autorizada a interagir com ele, que "reagiu muito bem ao colo e carícias".
Internado aos dois meses
O menino já estivera internado alguns dias, em Chaves. Tinha "quase dois meses" e foi-lhe diagnosticada covid 19.