Mercado negro dos bilhetes do F. C. Porto na mira do Ministério Público
Principais arguidos não queriam perder regalias e lucros, defendem investigadores. Autoridades avançaram com detenções e buscas por temerem “seriamente” mais violência. Fernando Madureira é suspeito de ter montado esquema de intimidação na Assembleia Geral.
Corpo do artigo
É uma convicção do Ministério Público (MP). Fernando e Sandra Madureira, presidente e vice-presidente dos Super Dragões, bem como Fernando Saul, o oficial de ligação aos adeptos, lucravam com a venda de bilhetes cedidos pelo clube à claque azul e branca. E suspeita-se que criaram um clima de intimidação para silenciar as vozes da oposição interna, apoiadas pelo candidato André Villas-Boas, precisamente para evitarem perder as regalias.
O MP e a PSP suspeitam que, na tumultuosa Assembleia Geral (AG) extraordinária do passado mês de novembro, os arguidos queriam forçar a aprovação dos novos estatutos. Com eleições marcadas para o próximo mês de abril, os novos estatutos iriam aumentar de um para dois anos o tempo mínimo para ter direito de voto, além de instaurar o voto eletrónico e a colocação de urnas em casas do clube, o que suscitava dúvidas de transparência. Mas também iria dar ao clube o direito de financiar os grupos organizados de adeptos.