O presidente da EDP, António Mexia, não respondeu, esta terça-feira, a qualquer questão do juiz Carlos Alexandre sobre o processo das chamadas "rendas excessivas" da empresa de energia, no qual é arguido desde 2 de junho de 2017.
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Mexia, atualmente sujeito a termo de identidade e residência, foi chamado a depor por aquele magistrado depois de o Ministério Público ter feito chegar ao processo novos factos, que poderão vir a traduzir-se num agravamento das medidas de coação.
Na semana passada, a defesa do administrador entregou no Tribunal da Relação de Lisboa um pedido de recusa do juiz, por uma alegada falta de imparcialidade de Carlos Alexandre. O magistrado manteve, ainda assim, o interrogatório.
"Sendo coerente com este pedido, o interrogatório de hoje não fazia sentido e, por isso temos de aguardar o resultado do requerimento", defendeu Mexia, ressalvando que "sempre" esteve disponível para prestar declarações.
"É absolutamente indispensável garantir imparcialidade para haver justiça", sustentou.
Para quarta-feira, está agendado o interrogatório de João Manso Neto, presidente da EDP Renováveis, que também entregou um pedido de recusa do juiz. O desfecho deverá, por isso, ser semelhante ao de esta terça-feira. O administrador está igualmente sujeito a termo de identidade e residência.
Aos jornalistas, João Medeiros, advogado dos dois arguidos, adiantou, sem dar mais informações, que as medidas de coação serão conhecidas na quinta-feira.
Além de Mexia e Manso Neto, o processo das "rendas excessivas" da EDP tem ainda como arguido Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, entre outros intervenientes.