O Tribunal de Vila Verde absolveu um militar da GNR acusado de ter agredido um camarada, no Posto de Prado, em Vila Verde, por se provar que, afinal, o arguido foi ele próprio a vítima das agressões, segundo outros membros daquela corporação que assistiram aos incidentes dentro do quartel.
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Em causa estava o facto de dois guardas do Posto da GNR de Prado se terem envolvido, poucos dias antes do Natal de 2019, numa acesa discussão e confrontos físicos, uma vez que um deles imputava ao outro não ter aceitado um esquema com melhores escalas para facilitar as suas participações nas festas natalícias. Havia queixas de ambos por mútuas agressões, mas só um foi ao hospital e suturado com pontos no lábio.
O ferido acabaria por ser o único julgado, em função das contradições das testemunhas, todos militares do Posto de Prado, mas o Tribunal de Vila Verde, após o julgamento, absolveu o arguido, porque, segundo a juíza, atendendo às regras da normalidade, tudo indica que o agredido foi o próprio arguido, sendo pouco provável que o queixoso tivesse levado uma cabeçada na zona occipital do crânio, ao contrário do que dizia.
Chega ao fim mais um julgamento dos muitos que ultimamente têm já envolvido o Destacamento Territorial da GNR de Braga, levando o advogado Pedro Miguel Carvalho, o defensor do arguido, a considerar, ao JN, que "a absolvição impunha-se, mas só parcialmente repara e repõe a verdade, porque incompreensivelmente o meu cliente que era vítima passou a arguido e foi quem foi julgado fruto de uma investigação deficiente que não quis ou não foi capaz de perceber isso, em face da manifesta falsidade das imputações levadas a cabo por quem jurou respeitar a lei, o que não fez, desta forma desonrando a própria farda que mal enverga".