Há suspeitas de que o Grupo 1143 usou armas reais em jogos de guerra em que participaram militares no ativo. Estado-Maior das Forças Armadas diz estar atento a ameaças extremistas.
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Um elemento relevante do Grupo 1143 e da agora extinta Nova Ordem Social, movimentos neonazis liderados por Mário Machado, revelou em várias conversas com membros de outra organização de extrema-direita que o seu grupo recebeu formação com armas reais de ex-militares do Exército e militares no ativo, avança o jornal "Expresso".
Estes jogos bélicos, realizados no início de 2023, eram focados em movimentações táticas no terreno e no combate com armas de fogo, visando a preparação dos militantes de extrema-direita para um cenário de guerra civil que esperavam que acontecesse.
Ao semanário "Expresso", o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) diz estar "atento a eventuais situações irregulares, ilícitas ou ilegais que envolvam militares”, lembrando que a “integração em movimentos extremistas não se coaduna com os valores militares”, sendo incompatível com a lei e “podendo constituir uma violação de deveres militares”.
Garantindo um acompanhamento ativo das entidades competentes na tentativa de prevenir e identificar atividades que constituam "ameaça no âmbito de extremismo violento", o EMGFA realça que, no caso de serem identificados casos de incumprimento, “existe uma estreita ligação entre as Forças Armadas e os serviços e órgãos competentes, cabendo a essas entidades a investigação criminal”.
O elemento do Grupo 1143 que revelou a existência dos treinos de guerra com militares integrou recentemente o Movimento Armilar Lusitano (MAL), organização neonazi cujos líderes foram detidos há quase um mês na sequência de uma megaoperação da Unidade Nacional Contraterrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária.