O Ministério Público acaba de acusar um terceiro arguido pela morte, em 2022, de um polícia após ter sido espancado no exterior da discoteca Mome, em Lisboa. Clóvis Abreu, de 26 anos, entregou-se em setembro de 2023 e está desde então em prisão preventiva. Dois ex-fuzileiros estão já a cumprir pena de cadeia.
Corpo do artigo
Fábio Guerra, agente da PSP, morreu a 21 de março de 2022, dois dias depois de ter sido espancado no exterior daquele estabelecimento de diversão noturna, em Alcântara. Tinha 26 anos e, quando foi agredido, encontrava-se fora de serviço.
Em junho de 2023, dois ex-militares - Cláudio Coimbra, de 24 anos, e Vadym Hrynko, de 23 - foram condenados a 20 e 17 anos pelo homicídio do polícia. Clóvis Abreu encontrava-se, nessa altura, em fuga, tendo-se entregado, três meses mais tarde, às autoridades.
Agora, foi acusado pelo Ministério Público de três crimes de homicídio qualificado (um deles consumado e dois tentados) e dois de ofensa à integridade física qualificada grave.
"Os factos ocorreram na madrugada de 19 de março de 2022, junto à discoteca Mome, na zona ribeirinha de Lisboa, e tiveram como vítimas agentes da Polícia de Segurança Pública, um dos quais acabou por morrer na sequência dos ferimentos sofridos", refere esta segunda-feira, em comunicado, o Ministério Público de Lisboa, adiantando que exigiu ainda, "em representação do Estado português" uma indemnização civil de 184 437,58 euros.
Defesa nega homicídio
Contactado pelo JN, o advogado de Clóvis Abreu, Aníbal Pinto, mostrou-se "surpreso e indignado" com a acusação, lembrando que, aquando da aplicação de preventiva, o juiz de instrução afastara a hipótese de o jovem ter participado no homicídio de Fábio Guerra.
Na altura, o magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal considerou que estavam indiciados apenas dois crimes de homicídio na forma tentada (e não consumado) e dois de ofensa à integridade física qualificada. Aníbal Pinto alegou, ainda, que tal ficou também esclarecido no julgamento em que foram condenados os dois ex-fuzileiros.
Aníbal Pinto vai, por isso, pedir a abertura de instrução e "aguardar" que o juiz de instrução a quem for sorteado o processo tenha o mesmo entendimento. "[O Clóvis Abreu] nem se aproximou [do Fábio Guerra]", insistiu o mandatário.