Ministério Público imputa 11 crimes a homem que matou duas mulheres no Centro Ismaili
O refugiado suspeito de ter esfaqueado mortalmente duas mulheres no Centro Ismaili de Lisboa, no dia 28 de março de 2023, acaba de ser acusado dos dois domicídios e de outros nove crimes, anunciou esta segunda-feira o Ministério Público. O suspeito sofre de doença mental e poderá ser declarado inimputável.
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O Ministério Público, através do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), imputa a Abdul Bashir, que tem nacionalidade afegã, dois crimes de homicídio agravado, seis crimes de homicídio agravado na forma tentada, dois crimes de resistência e coação sobre funcionário e um crime de detenção de arma proibida.
Em nota publicada no seu site, o DCIAP informa que "o arguido padecia, à altura dos factos, e ainda padece de anomalia psíquica, desde logo um quadro psiquiátrico de esquizofrenia e de uma perturbação da personalidade mista, designadamente perturbação de personalidade narcisista e perturbação de personalidade antissocial".
Perante este quadro, o DCIAP requereu a declaração da inimputabilidade do arguido. "Existe uma elevada probabilidade de o arguido vir a praticar outros ilícitos típicos da mesma natureza, pelo que o DCIAP requereu, também, a aplicação judicial de medida de segurança de internamento", acrescenta, informando que o homem, de resto, já de encontra sujeito à medida de coação de internamento preventivo em hospital psiquiátrico.
O inquérito foi dirigido pelo DCIAP, com a coadjuvação da Polícia Judiciária - Unidade de Contra Terrorismo.
As duas mulheres vítimas mortais desta caso foram as cidadãs portuguesas Farana Sadrudin e Mariana Jadaugy. Trabalhavam no centro muçulmano ismaili em Lisboa quando foram atacadas por Abdul Bashir, na manhã de 28 de março do ano passado.
Abdul Bashir ainda atacou outras pessoas - daí os sete crimes de tentativa de homicídio de que também foi acusado - antes de a polícia chegar ao local e o atingir com um tiro numa perna.