Ministério Público pede condenação de homem que matou a mãe em incêndio no Porto
O Ministério Público (MP) pediu, esta terça-feira, a condenação do homem que está acusado de ter ateado um fogo que acabaria por matar a mãe na casa que ambos partilhavam na rua de Monte Alegre, no Porto, em novembro do ano passado. A procuradora não especificou uma pena, exigindo apenas que “se faça justiça”.
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Durante as alegações finais, que decorreram esta terça-feira à tarde no Tribunal de São João Novo, a procuradora referiu que a “droga e o álcool" não podiam justificar os “chocantes crimes” praticados por Bruno Rodrigues, de 37 anos.
“Veja-se a frieza de ânimo com que, apesar de ter lançado fogo [ao quarto onde estava a mãe], foi comer para a cozinha, até que se apercebeu que podia perder o seu sustento”, afirmou a procuradora, pedindo que o arguido fosse condenado pelos crimes de que está acusado: homicídio qualificado, incêndio, violência doméstica agravada e extorsão na forma continuada.
Por seu turno, o advogado de defesa sublinhou que o seu constituinte necessitava, mais do que uma pena de prisão, de tratamento. “A grande responsabilidade dele foi não ter conseguido evitar a dependência”, afirmou o causídico.
O arguido, que na primeira sessão do julgamento, a 12 de setembro, tinha confessado a autoria do incêndio, embora sem intenção de tirar a vida à mãe, voltou a mostrar-se arrependido esta terça-feira.
Segundo a acusação do Ministério Público, Bruno Rodrigues maltratava a mãe sempre que esta não lhe dava dinheiro para drogas, álcool e tabaco. No dia do crime, foi ao seu quarto, no sótão, e perante a recusa desta em lhe dar dinheiro empurrou dois armários que caíram sobre a mãe, barricando-a. Depois, desceu ao rés-do-chão e, na cozinha, muniu-se de um frasco de álcool etílico, que usou para atear o fogo na divisão onde estava Maria Brito.
O MP diz que, depois de ver as chamas propagarem-se "por todo o material acondicionado naquela divisão", o arguido desceu novamente as escadas e foi à cozinha, onde esteve a comer. Só quando ouviu a progenitora a chamá-lo é que se deslocou outra vez ao sótão, onde o fogo já se tinha alastrado a todo o quarto.
A leitura do acórdão ficou marcada para 28 de setembro, às 14 horas. O arguido vai ouvir a sentença a partir da Cadeia de Custóias, onde está em prisão preventiva.