Ministério Público pede internamento de suspeito da morte de octogenário no Seixal
O Ministério Público (MP) acusou de homicídio qualificado um homem, de 32 anos, pela morte de um vizinho, de 88 anos, em junho do ano passado, no Seixal. Por o arguido sofrer de esquizofrenia, aquele pediu ao tribunal que lhe aplique a medida de internamento em estabelecimento psiquiátrico.
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"No momento dos factos, o arguido apresentava sintomatologia compatível com perturbação esquizofrénica, em período de descompensação da doença", afirma o Ministério Público.
O crime aconteceu na tarde de 28 de junho, na Praceta Álvaro Cavalheiro, junto a uma escola. Pedro Leite saiu de casa na Rua Bernardim Ribeiro, armado com uma faca e decidido a tirar dez anos de vida a alguém por a doença esquizofrenia lhe ter retirado esse mesmo número de anos. De acordo com o despacho de acusação, foram vozes, alucinações derivadas da perturbação esquizofrénica, que comandaram o homicida desde que saiu de casa, procurou alvos e se cruzou com Joaquim Ramalho, a vítima mortal.
O idoso estava no local errado à hora errada. Regressava a casa após almoçar fora, pelas 14.35 horas, quando se cruzou com Pedro Leite. O homicida entendeu que Joaquim reunia as características que procurava e atacou-o de forma violenta. Joaquim foi esfaqueado no pescoço e na cabeça.
Consumado o homicídio, Pedro Leite fugiu e atirou fora a arma. Mas esta seria recuperada e o suspeito foi detido a 10 de julho. A Polícia Judiciária de Setúbal, na investigação preliminar ao caso, admitiu desde logo a possibilidade de um surto psicótico.
Pedro Pestana, advogado do arguido, concorda com a aplicação de uma medida de internamento. "O Ministério Público confirmou a tese da defesa de que o arguido sofre de perturbação esquizofrénica, que está devidamente diagnosticada, e constatou que os factos ocorreram em período de agudização da doença. Em virtude da descompensação dessa anomalia psíquica grave, o arguido não tinha capacidade para avaliar a ilicitude dos seus atos e de se autodeterminar de maneira diversa", defende.