Pedro Marques continua a negar a prática dos crimes de que está acusado, apesar de ter sido encontrado o seu ADN nas vítimas.
Corpo do artigo
Na última sessão do julgamento de Pedro Marques, de 34 anos, acusado de 15 crimes, sete de violação, dois de coação sexual, um deles agravado, um de ofensa à integridade física, quatro de roubo e um de coação, esta terça-feira, o procurador do Ministério Público pediu a condenação do arguido numa pena "a rondar a máxima”. O arguido manteve a versão segundo a qual não praticou os atos de que está acusado, apesar das provas materiais em contrário, numa sessão em que se ficou a saber que Pedro Marques também terá sido vítima de agressões sexuais durante a infância.
Pedro Marques só reconhece a autoria dos crimes de roubo e nega as agressões sexuais, apesar de ter sido encontrado material biológico com o seu ADN na roupa interior de uma das vítimas e no corpo de outras. As vítimas foram maioritariamente jovens adultas e adolescentes - uma dlas tinha 12 anos e outra 15 -, mas também foi atacada uma mulher de 68 anos.
Os factos pelos quais Pedro Marques está a ser julgado reportam a um período entre o final do ano de 2022 e o verão de 2023. “Embora me pareça que a norma que limita a pena máxima em cúmulo jurídico a 25 anos é inconstitucional, é neste quadro que operamos. Estou convencido de que o arguido será condenado numa pena bem acima dos 20 anos”, afirma Carlos Caneja Amorim, advogado das vítimas menores.
As violações sucessivas, no centro de Guimarães, espalharam o medo entre as mulheres da cidade, até a Polícia Judiciária deter o Pedro Marques, no dia 28 de agosto de 2024. O arguido está em prisão preventiva desde essa altura
Abusado em criança
O MP e o advogado das vítimas pediram a condenação de Pedro Marques numa pena a rondar a pena máxima, 25 anos. O arguido, que vivia maritalmente com uma mulher, com quem teve um filho, quando já se encontrava detido, relatou, em tribunal, um passado de abusos, durante a infância, por parte de um padrasto e negou a prática dos crimes de violação reconhecendo apenas os roubos. Pedro Marques já tinha sido condenado a uma pena efetiva de três anos e meio por violação, quando tinha 20 anos, ainda assim a sua defesa pediu clemência. O acórdão do coletivo de juízas será conhecido no próximo mês de fevereiro.