O Ministério Público (MP) do Tribunal de Penafiel pediu esta quarta-feira a condenação à pena máxima (25 anos de cadeia) de Daniel Correa, o brasileiro de 26 anos que, em novembro do ano passado, matou à facada um jovem da mesma idade, na sequência de uma discussão num bar em Felgueiras.
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Para a procuradora, o coletivo de juízes não deve valorar a tese de legítima defesa alegada no decorrer do julgamento, por entender que, após a primeira discussão com a vítima, Adolfo Monteiro, e os amigos, Daniel Correa “teve discernimento para entrar no supermercado e escolher uma das facas que tinha a lâmina maior”, referiu a procuradora.
Para o MP, o jovem brasileiro agiu de forma “premeditada”, já que podia ter ido para casa após a discussão, mas resolveu voltar ao café “Espaço 27”, onde se tinha desentendido com a vítima anteriormente. “Dúvidas não há de que o arguido quis agredir para matar, o que conseguiu”, concluiu a magistrada, pedindo condenação com a pena mais elevada, pelo crime de homicídio.
A defesa de Daniel Correa pediu justiça e que o Tribunal tenha em conta que o jovem agiu por medo e sob efeito de álcool, depois de ter sido agredido “sem razão aparente”, por Adolfo Monteiro e pelos amigos. “Agiu com medo e inquietação”, referiu o advogado, acrescentando que o arguido comprou a faca para se defender “e nunca para agredir”, depois de ter sido também ele vítima de agressões. “Não tinha o propósito de se vingar ou a consciência de provocar a morte”, frisou, recordando a conduta do arguido durante o julgamento. “Colaborou, confessou parte dos factos, mostrou-se arrependido, é primário e entregou-se às autoridades”, concluiu.
No final, Daniel Correa voltou a dirigir-se ao Tribunal e aos familiares de Adolfo Monteiro. “Quando cheguei a este país, nunca me imaginei nesta situação em que me encontro. Quero pedir desculpa aos familiares da vítima, nunca foi intuito tirar a vida a ninguém quando comprei aquela faca. Estava com medo, embriagado, sozinho e longe da minha família”, declarou.