Ministério Público quer provar que recruta que morreu no curso de Comandos comeu terra

Jorge Amaral/Global Imagens
Procuradora pediu perícia ao corpo de Hugo Abreu, falecido em 2016 no curso de Comandos.
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O Ministério Público (MP) requereu uma nova perícia ao corpo de um dos recrutas dos Comandos que morreram, em 2016, durante a chamada "prova zero" do curso. A morte tem sido atribuída a um "golpe de calor", mas a procuradora que está a acompanhar o julgamento, iniciado há mais de dois anos no Tribunal Central Criminal de Lisboa, quererá agora demonstrar a tese de que Hugo Abreu, de 20 anos, morreu por ter sido, alegadamente, obrigado por um instrutor a comer terra.
A notícia avançada pela SIC foi confirmada pelo JN junto de fonte próxima do processo. A decisão sobre se a perícia será ou não realizada cabe agora ao tribunal. O julgamento está na fase final. No total, estão a ser julgados 19 militares, a quem o MP imputou, ao todo, 539 crimes de abuso de autoridade por ofensa à integridade física, sobre vários recrutas. O óbito de Hugo Abreu, natural da Ribeira Brava, na ilha da Madeira, foi declarado a 4 de setembro de 2016, no Campo de Tiro de Alcochete, onde decorria a "prova-zero" do 127.º curso de Comandos. Já Dylan de Silva, de 20 anos e natural de Ponte de Lima, morreu seis dias depois no hospital, enquanto aguardava por um transplante de fígado.
