O Ministério Público vai recorrer da decisão judicial que levantou as medidas de coação a Mário Machado para que este possa ir para a Ucrânia.
Corpo do artigo
14699419
A decisão foi confirmada ao JN por fonte oficial da Procuradoria-Geral da República.
No início deste mês, Mário Machado anunciou na sua conta na aplicação Telegram que iria deslocar-se à Ucrânia, juntamente com outras vinte pessoas, no que designou "Operação Ucrânia1143".
Na sexta-feira, o advogado de Mário Machado revelou que o seu cliente partiria ainda naquele dia para a Ucrânia "integrado num grupo de 20 pessoas, entre portugueses e brasileiros".
14694041
Mário Machado esteve ligado a diversas organizações de extrema-direita, como o Movimento de Ação Nacional, a Irmandade Ariana e o Portugal Hammerskins, a ramificação portuguesa da Hammerskin Nation, um dos principais grupos neonazis e supremacistas brancos dos Estados Unidos da América. Fundou também os movimentos Frente Nacional e Nova Ordem Social, que liderou de 2014 até 2019.
O nacionalista tem também um registo criminal marcado por várias condenações, entre as quais a sentença, em 1997, a quatro anos e três meses de prisão pelo envolvimento na morte, por um grupo de 'skinheads', do português de origem cabo-verdiana Alcindo Monteiro na noite de 10 de junho de 1995.
Tem ainda uma outra condenação de 10 anos, fixada em 2012 por cúmulo jurídico na sequência de condenações a prisão efetiva em três processos, que incluíam os crimes de discriminação racial, ofensa à integridade física qualificada, difamação, ameaça e coação a uma procuradora da República e posse de arma de fogo.