O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, marcou, para esta segunda-feira, uma reunião com a PSP para analisar a "gestão do efetivo e das infraestruturas policiais" do Porto. O encontro decorrerá no Comando Metropolitano do Porto, dois dias depois de o JN ter revelado que o atendimento ao público nas esquadras do Infante e do Heroísmo foi suspenso devido à falta de polícias.
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Nessa notícia, explicava-se que, no último fim de semana, a 9.ª Esquadra da PSP, a maior da cidade e situada no principal centro turística da Invicta, não dispôs de atendimento ao público, entre as 8 e as 16 horas. Os cartazes colados na porta alegavam "imperativos de ordem operacional", eufemismo para a falta de polícias.
Ao JN, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Santos, o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, Nuno Cruz, e o líder da Associação de Bares e Discotecas da Movida do Porto, Miguel Camões, teceram de imediato muitas críticas à decisão, alegando que a segurança estava em causa.
Já ontem, o Ministério da Administração Interna anunciou que José Luís Carneiro iria reunir-se, pelas 16 horas de hoje, no Comando Metropolitano do Porto. O encontro contará também com a presença da Direção Nacional da PSP e servirá para a "análise da gestão do efetivo e das infraestruturas policiais".
Edil quer explicações
Também ontem, o autarca do Porto garantiu que foi "completamente surpreendido" pela suspensão do serviço de atendimento na maior esquadra da cidade e avançou que o comandante da Polícia Municipal do Porto, Leitão da Silva, não foi, de igual modo, informado da decisão. "É uma situação que me preocupa muito", disse.
Rui Moreira defendeu, ainda, que "se há uma esquadra que não podia fechar era aquela", situada na "zona mais vulnerável da cidade", e assegurou que o assunto vai ser discutido na reunião do Executivo municipal, que decorre nesta manhã.
E anunciou também que vai pedir explicações aos responsáveis do Ministério da Administração Interna. "Vou procurar falar com o senhor ministro. Não o quero incomodar num domingo, até porque a decisão está tomada, mas com certeza que na segunda-feira [hoje], depois da reunião do executivo, procurarei falar com o senhor ministro ou com a secretária de Estado [Isabel Oneto] que, ainda por cima, é uma pessoa que foi governadora civil, pelo que conhece isto melhor do que ninguém", declarou.
GNR e PSP sem meios
Muitos postos e esquadras, especialmente subunidades da GNR, não têm meios para garantir "a prestação dos serviços mínimos", entre os quais a existência de uma patrulha para a rua e outra para as instalações policiais, alerta a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI). O relatório sobre as inspeções sem aviso prévio às forças e serviços de segurança realizadas em 2021, agora disponibilizado pela IGAI, constata que PSP e GNR necessitam de "um elevado número de recursos humanos" para desempenhar as suas funções, mas "não há meios" para os encargos exigidos.
Pormenores
Não há queixas
A suspensão do atendimento ao público impede a apresentação de uma queixa. E Rui Moreira alertou para a impossibilidade de um turista denunciar o furto de documentos.
Reunião em Lisboa
O ministro também vai reunir com a PSP de Lisboa. A Câmara anunciou que será discutido o "reforço imediato de efetivos".
Comandante silencio
A comandante da PSP do Porto, superintendente-chefe Paula Peneda, ainda não explicou decisão de suspender atendimento.