O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, condenou, esta manhã de terça-feira, "os ataques racistas" a imigrantes argelinos que aconteceram há dias no Porto.
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"Percebo o desespero do meu colega Rui Moreira sobre a AIMA porque é também o meu. Estou de acordo com uma parte do que ele diz, que não está a haver resposta do Estado em relação ao problema que estamos a ter nas cidades. Percebo que ele tenha dito que não faz sentido existir a AIMA. Não sei se faz ou não, o que faz sentido é termos uma resposta e neste momento não temos. Temos que ter uma instituição que funcione.
"O país não pode funcionar sem políticas de imigração", afirmou Moedas aos jornalistas, à margem de uma visita às obras de um novo parque de estacionamento municipal, em Entrecampos.
Moedas disse ainda que "as pessoas não podem vir para cá e serem totalmente abandonadas", referindo-se aos vários imigrantes que pernoitam em tendas junto à Igreja dos Anjos, em Lisboa, há várias semanas.
Carlos Moedas garantiu que a autarquia pode ajudar os imigrantes sem-abrigo, mas está dependente do Governo. "Só conseguimos ajudar quem tem papéis, os outros, legalmente, não posso ajudar. Temos condições de encontrar espaços para que as pessoas não estejam na rua e pô-las em acolhimento, mas precisamos que a AIMA nos ajude para que essas pessoas tenham papéis. As imagens que vejo dos Anjos são chocantes porque o Estado não atua", lamentou, acrescentando que a resolução dos casos é de "uma urgência total" e que já falou com o ministro da Presidência sobre o assunto.
"As pessoas não podem vir para cá e serem totalmente abandonadas. Entram sem papéis e estão anos à espera. É um desastre, é como se não existissem (legalmente). Temos de atuar rapidamente", concluiu.