Mónica Silva, a mulher grávida que desapareceu na Murtosa em 2023, tinha contado ao filho mais velho que o pai do feto de sete meses era o arguido, Fernando Valente, em julgamento no Tribunal de Aveiro pelo crime de homicídio.
Corpo do artigo
Nas declarações prestadas para memória futura ouvidas hoje em tribunal, o adolescente revelou que Mónica contou as semanas de gestação e lhe disse, então, que o pai do bebé era Fernando Valente. Inquirido em duas sessões distintas, perante a juíza de instrução criminal de Aveiro, a 14 e 22 de dezembro de 2023, com a colaboração de uma psicóloga, o jovem disse que na família todos sabiam que Fernando Valente seria o pai.
O jovem afirmou ter conhecido Fernando Valente numa loja, quando andava às compras com a mãe, referindo que ela "falava muito com Fernando por mensagens" e que chegou a ouvir algumas conversas na cozinha de casa. O filho mais velho de Mónica Silva lembra-se ainda que Fernando marcou um encontro com a mãe, inicialmente para 2 de outubro, mas depois adiado para o dia seguinte.
No dia a seguir ao desaparecimento da mãe, o filho contactou o pai, então a trabalhar como pescador na costa de Inglaterra, dizendo-lhe que "a mãe não está" e referindo que o arguido negava o encontro. "O pior é que esse gajo [Fernando Valente] com quem ela saiu disse que não falava com ela há mais de um mês e eu anteontem ouvi-o a falar com ela quando estávamos na mesa a comer", disse o filho ao pai, André Pataca, segundo relatou.
Os dois filhos de Mónica, na altura com 14 e 11 anos, deram pela falta da mãe e não a conseguiram contactar ou localizar, mas depois foi possível recuperar mensagens com Fernando Valente, já que o telemóvel do filho mais velho estaria emparelhado com o da vítima.