A juíza Conceição Oliveira foi encontrada morta em casa, em Lisboa, aos 67 anos, na quarta-feira. De acordo com a PJ, que já efetuou diligências no local, "não há indícios de crime".
Corpo do artigo
Segundo avança o "Expresso", a magistrada, que desempenhou funções no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa durante mais de dez anos, foi encontrada morta, na casa onde residia, ao final da tarde.
Um dos nomes mais conhecidos da Justiça do final dos anos 90 e início dos anos 2000, Conceição Oliveira liderou processos mediáticos como a corrupção na Universidade Moderna ou o caso de João Vale e Azevedo, ex-presidente do Benfica, a quem decretou prisão preventiva como medida de coação. Ambos decorreram no mesmo ano, 2001.
O caso de corrupção, gestão danosa e associação criminosa da Universidade Moderna foi o primeiro escândalo a envolver uma universidade privada portuguesa. Deu origem a outros processos e provocou um conflito institucional entre o então diretor-geral da PJ, Fernando Negrão, e o então procurador-geral da República, Cunha Rodrigues. Conceição Oliveira aplicou prisão preventiva a quatro dos arguidos.
A juíza chegou a receber várias ameaças através de cartas anónimas e telefonemas, tendo tido de ser acompanhada por um segurança pessoal durante algum tempo.
Depois de vários anos a lutar contra uma doença de foro psiquiátrico enquanto desempenhava funções no TIC, a magistrada jubilou-se em 2007. Um ano depois, admitiu estar "esgotada" e que mesmo tendo recuperado "o equilíbrio", nunca mais voltou "a ser a mesma pessoa".