Vítima de ataque brutal estava internada, há quatro meses, no hospital de São João, no Porto, em coma induzido, e não resistiu às graves queimaduras. Há dois suspeitos da autoria do crime. Ambos estão em liberdade.
Corpo do artigo
O caso chocou a cidade de Mirandela, na manhã do passado dia 22 de outubro (um domingo), quando um homem de 67 anos surgiu envolto em chamas, a correr em direção ao parque do Império, junto ao rio Tua, em pleno centro da cidade, supostamente depois de alguém lhe ter despejado uma garrafa de combustível sobre o corpo e ter ateado fogo, provocando-lhe graves queimaduras. Ainda são desconhecidas as razões que motivaram este caso insólito, mas há dois suspeitos, ambos em liberdade.
Na altura, a vítima foi transportada de helicóptero para a unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, e mais tarde transferido para a unidade de queimados do Hospital de São João, no Porto, onde veio a falecer, esta terça-feira, confirmou fonte hospitalar, sem avançar se as causas da morte estão diretamente relacionadas com as sequelas das queimaduras.
Dois suspeitos do crime
Dois dias depois do caso, a Polícia Judiciária (PJ) informou que detivera um homem de 48 anos, natural de Mirandela, pela “presumível autoria do crime de homicídio tentado”, por ter regado com gasolina a vítima, ateando-lhe fogo, “por motivações eventualmente relacionadas com o tráfico de estupefacientes”.
O suspeito, sem ocupação laboral conhecida, foi presente a primeiro interrogatório judicial no tribunal de Mirandela, que lhe decretou prisão preventiva como medida de coação, recolhendo ao estabelecimento prisional de Bragança.
Entretanto, as investigações continuaram e os inspetores da PJ voltaram a inquirir testemunhas, com recurso a reconhecimentos que apontaram outro suspeito, o mesmo que terá comprado o combustível usando a garrafa utilizada para regar o corpo da vítima.
Apesar disso, o primeiro detido só foi libertado 22 dias depois de ter dado entrada na prisão, tendo ficado sujeito a termo de identidade e residência
Perante os novos dados, veio a ser detido o segundo suspeito, de 46 anos, que seria internado num hospital psiquiátrico por sofrer de esquizofrenia, alegadamente relacionada com o consumo constante de produtos estupefacientes. No entanto, ao que conseguimos apurar, o homem já saiu do hospital psiquiátrico e não lhe terá sido atribuída qualquer medida de coação privativa de liberdade.
Vítima com vasto historial de crimes
A vítima era conhecida na cidade pela alcunha de “Terrunta” e considerada uma pessoa perigosa e conflituosa com um longo cadastro criminal. Há cerca de 40 anos, foi condenado pelo homicídio de uma mulher, que esfaqueou e torturou com queimaduras de cigarros.
Depois de sair em liberdade condicional, no início da década de 1990, voltou ao mundo do crime, desta vez relacionado com furtos e roubos a residências e estabelecimentos comerciais, vindo a cumprir nova pena de prisão.
Depois de voltar a sair da cadeia, protagonizou mais um episódio de violência, quando em 2019, se envolveu numa rixa, em Mirandela, com um outro homem, tendo sido esfaqueado, e necessitou de receber tratamento hospitalar.