O Ministério Público de Aveiro acusou um homem de 46 anos de homicídio qualificado e profanação de cadáver. Em agosto do ano passado, Rafael terá assassinado a mulher quando esta se preparava para sair de casa. Depois, enterrou o cadáver numa zona de mato em Vagos. Acabaria por confessar tudo aos inspetores da PJ.
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Arelys Rojas, venezuelana de 36 anos, tinha vindo para Portugal há sete anos com Rafael da Silva, motorista de profissão. A relação com o marido português deteriorou-se a tal ponto que, a 14 de agosto de 2024, decidiu colocar um ponto final no casamento. Disse a Rafael que ia sair de casa e foi para o quarto preparar uma mala com roupa.
Rafael, que já vinha demonstrando um comportamento possessivo em relação a Arelys, não aceitou a decisão da mulher. Pegou numa faca de cozinha, foi até ao quarto e esfaqueou-a várias vezes nas costas até a matar. Depois, embrulhou o cadáver num cobertor e, com um pano, limpou o sangue que tinha manchado a alcatifa.
Numa tentativa de encobrir o crime, Rafael desligou o telemóvel da mulher e pôs o cadáver, ainda embrulhado no cobertor, na mala do carro. Para a bagageira do automóvel foram também a faca, o pano usado para limpar o sangue, o telemóvel, a carteira e a mala de viagem que Arelys estava a preparar.
Enterrou cadáver em pinhal
Rafael conduziu até um pinhal na freguesia de Santo António de Vagos, a cerca de um quilómetro da casa onde moravam. Fez um pequeno buraco no chão, enterrou o cadáver e cobriu-o com terra. Depois, desfez-se dos restantes bens da vítima e comunicou às autoridades o seu desaparecimento.
À GNR e aos amigos disse que a mulher tinha saído para tomar café com uma amiga e que nunca mais voltara. Colegas de trabalho na Grestel, uma fábrica de cerãmica, e familiares estranharam o súbito desaparecimento de Arelys e multiplicaram apelos nas redes sociais. A Polícia Judiciária entrou em cena e desde logo desconfiou que o desaparecimento não tinha sido voluntário.
Após a recolha de alguns indícios que sustentavam a tese de crime, os inspetores interrogaram Rafael. Este acabou por confessar tudo e indicou às autoridades onde tinha enterrado o corpo. O cadáver de Arelys, foi encontrado ao início da noite de 23 de agosto, nove dias após o crime.
Rafael da Silva foi levado perante um juiz de intrução e ficou em prisão preventiva, onde ainda se encontra. No dia 27 de janeiro foi acusado pelo Ministério Público de Aveiro de um crime de homicídio qualificado e um crime de profanação de cadáver, informa uma nota da Procuradoria Distrital do Porto.