Homicida de Vilamoura fugiu há um ano para França, onde foi capturado. Queria disparar contra seguranças, mas atingiu outro empregado na cabeça.
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Uma vingança por ter sido impedido de entrar. Terá sido este o motivo que levou um homem a matar a tiro um jovem, de 19 anos, à porta da discoteca Lick, em Vilamoura, no Algarve, em agosto do ano passado. O suspeito foi detido, ontem, em França, para onde fugiu após o crime. Está indiciado por homicídio qualificado e deverá ser extraditado para Portugal.
António Tavares, de 21 anos, foi detido nos arredores de Paris por elementos da Direção Central da Polícia Judiciária francesa, a pedido das autoridades portuguesas, e na presença de elementos da Diretoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ).
Os inspetores já estavam em diligências, em França, há alguns dias, a aguardar pelo melhor momento para avançar com a detenção do indivíduo.
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Na madrugada de 23 de agosto de 2019, o suspeito tentou entrar na discoteca, mas foi barrado. Abandonou o local e regressou mais tarde, às 3.30 horas, de mota, com uma arma de fogo e um desejo de vingança. Disparou indiscriminadamente contra uma das portas do estabelecimento onde a vítima, que pertencia ao staff do estabelecimento, distribuía pulseiras de acesso. Lucas Leote foi atingido mortalmente na cabeça. Ainda foi assistido no local, mas acabou por não resistir e morreu no hospital.
Seguranças desviaram-se
Os investigadores acreditam que Lucas foi morto por engano. António Tavares queria atingir os seguranças que o impediram de entrar. Estavam "na linha de fogo", mas conseguiram desviar-se e não foram atingidos.
Após o homicídio, o atirador abandonou o local, mas foi reconhecido pelos elementos do staff do estabelecimento de diversão noturna de Vilamoura. Era namorado de uma antiga funcionária da discoteca. Também era dela o motociclo que utilizou para fugir e que foi entretanto abandonado.
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Segundo o JN apurou, António Tavares foi recentemente localizado pelas autoridades nos arredores de Paris. Estava a ser ajudado por familiares que o acolheram há quase um ano e que sabiam que era procurado pelo crime de homicídio no Algarve.
O arguido será apresentado a um tribunal francês, no âmbito do processo de extradição. Depois, será entregue às autoridades portuguesas para ser sujeito a primeiro interrogatório judicial e conhecer as medidas de coação. É muito provável que fique sujeito a prisão preventiva, em face do perigo de fuga evidenciado pela fuga efetiva para França, logo a seguir à prática do crime.
Lucas Leote, 19 anos, Albufeira
Lucas Leote era um dos mais promissores músicos da Banda Filarmónica de Paderne. Estava há poucos dias no Lick, trabalho que aceitou para amealhar algum dinheiro no verão. Faria 20 anos esta sexta-feira.