Morte por intoxicação alcoólica: testemunha diz que arguido não obrigou grupo a beber
Homem está a ser julgado em Braga por ter dado vinho misturado com álcool a um grupo, originando a morte de um dos elementos.
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Um dos homens que participou, em julho de 2019, no chamado Campo da Vinha, em Braga - numa "tarde de brincadeira e copos" que levou à morte de um dos presentes por intoxicação alcoólica - disse esta quarta-feira ao coletivo de juízes de Tribunal de Braga, na qualidade de testemunha, que "bebeu consciente do que estava a fazer e sabendo que o copo continha vinho misturado com álcool etílico".
João Rodrigues, que teve de receber tratamento hospitalar por ter entrado em coma alcoólico, garantiu que não foi o arguido, Paulo Moreira Ribeiro, de 36 anos, que fez a mistura, ilibando-o, ainda que indiretamente. "Quem misturou foi o António Gomes da Silva", assegurou, confirmando, no entanto, que foi o arguido que comprou o vinho e uma garrafa de álcool num supermercado.
De recordar que Paulo Moreira Ribeiro está a ser julgado por ofensas à integridade física qualificada, agravadas pela morte de João Paulo Silva.
O depoimento da testemunha vai ao encontro da tese da defesa: a de que não foi o arguido que incitou a vítima a beber e que o grupo já tinha começado a ingerir a mesma mistura, logo de manhã, preparada por outra pessoa. Trata-se, aliás, da segunda testemunha a dizê-lo. António Gomes da Silva, por sua vez, negou ter tido qualquer tipo de responsabilidade no incidente.
Condenado em Itália
No início da sessão, a magistrada do Ministério Publico pediu a junção ao processo de um documento, oriundo de Itália, que contém dados de uma condenação que o arguido sofreu naquele país.