Uma motorista dos STCP, de 41 anos, foi agredida por um casal que tinha sido chamado a atenção por não usar máscara dentro do veículo, esta quarta-feira, na Estrada da Circunvalação, no Porto.
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A vítima teve de receber tratamento hospitalar e os agressores puseram-se em fuga antes que a PSP os pudessem identificar. A Comissão de Trabalhadores da empresa denunciou ao JN problemas diários nas linhas 400 e 401.
A linha termina junto do Parque Nascente e serve dois bairros sensíveis daquela zona da cidade do Porto, Lagarteiro e Cerco. E foi pouco antes da motorista chegar ao termino, por volta do meio dia, que foi alertada por um passageiro: um indivíduo não estava a usar máscara anticovid. A profissional chamou o homem, acompanhado da mulher e de um bebé, a atenção. O utente até pediu desculpa.
Parecia estar tudo bem, mas quando o veículo parou, o casal manteve-se no interior até que os restantes passageiros saíssem. Já a sós, a mulher virou-se para a motorista e perguntou-lhe por que motivo tinha incomodado o seu marido. Seguiu-se um bate papo, em que a condutora foi insultada, esbofeteada e alvo de cuspidela e puxões de cabelo por parte do casal. Marido, mulher e bebé fugiram e desapareceram, quando a vítima estava a chamar o INEM e a PSP.
A mulher teve de ser transportada para o Hospital de S. António, com queixas na cervical e joelho. Teve alta ao final da tarde.
Ao JN, Mário Ramos, coordenador da Comissão de Trabalhadores dos STCP explicou haver problemas diários naquela linha e outras que também servem zonas sensíveis da cidade.
"Todos os dias, ouvimos falar de problemas nestas linhas. É um foco de conflito constante. Especialistas em segurança pública deveriam analisar o caso, para evitar problemas mais graves no futuro", explicou.
Entre os motoristas da STCP, assegurar as linhas 400 e 401 traz sempre insegurança. "Ninguém gosta de fazer aqueles percursos", confiou Mário Ramos.
O coordenador reconhece não existir problemas diários de violência, mas insiste no desgaste dos profissionais. "Há sempre posturas de provocação e agressividade", garante.
Questionada pelo JN, fonte oficial dos STCP confirmou, por escrito, que "ocorreu um incidente com uma motorista da empresa". "A colaboradora da STCP foi encaminhada para assistência, mas já teve alta hospitalar", acrescentou.