O motorista do autocarro da Carris Metropolitana incendiado na madrugada de 24 outubro em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, teve alta hospitalar na terça-feira, adiantou a antiga jornalista Helena Ferro de Gouveia.
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"O Tiago Cacais saiu ontem do hospital. Jantei com ele, a sua família e alguns amigos. O jantar foi uma surpresa para mãe que não sabia que ele já tinha tido alta. O Tiago está rodeado de amor e tem uma irmã que o defende e protege como uma leoa. A todos, e não me cansarei de o dizer isto, muito obrigada", referiu a também comentadora da CNN Portugal na rede social X, antigo Twitter.
"O Tiago leu as vossas mensagens e agradece a vossa generosidade e a onda avassaladora de carinho", acrescentou Helena Ferro Gouveia, que chegou a organizar uma campanha de angariação de fundos, que arrecadou mais de 63 mil euros, para apoiar o motorista, que ficou gravemente ferido.
Tal como a PSP adiantou na altura, Tiago sofreu "queimaduras graves na face, tórax e membros superiores", após o autocarro, que seguia sem passageiros, ter sido vandalizado, na sequência da morte, ocorrida dois dias antes, de Odair Moniz, o cidadão cabo-verdiano, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, que foi baleado por um agente da PSP, no Bairro da Cova da Moura.
De acordo com a versão da PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram esta versão e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.
Nessa semana registaram-se ainda tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados.