Luís Marques, o motorista de transportes internacionais que esteve preso três meses e 16 dias na Grécia após ter sido detido com quatro imigrantes ilegais escondidos no camião, foi absolvido pela justiça de Atenas. Ao JN, o homem natural de Celorico de Basto confessou que “o calvário acabou”.
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Foi o advogado que contratou na Grécia quem lhe deu a boa notícia. A justiça grega entendeu, esta terça-feira, que Luís Marques era inocente. “É um alívio muito grande. O calvário acabou mas não foi nada fácil”, descreveu ao JN o motorista, que está atualmente em trânsito em França.
Luís foi detido a 10 de janeiro de 2021 e acusado de tráfico de pessoas. Passou três meses e 16 dias preso na Grécia até ser libertado mediante o pagamento de uma caução de mil euros, tendo o Estado Português diligenciado para agilizar o processo. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou a publicar uma nota no site oficial da presidência com informação sobre o processo.
“As cadeias de lá são desumanas. Estava sempre metido em calabouços, sem possibilidade de tomar banho. Passei muito mal e psicologicamente fiquei mjuito afetado”, confessa o motorista.
Luís Marques saiu de Portugal, a 3 de janeiro de 2021, para descarregar uma carga de garrafas de gás na Grécia, a pedido da empresa de Cabeceiras de Basto que é proprietária do camião. Acabaria por chegar àquele país no dia 6 do mesmo mês, depois de uma viagem de “ferryboat” a partir de Itália. Entregou a encomenda ao cliente e voltou a fazer uma nova carga do camião, desta vez de peúgas, em Atenas.
Na tarde de dia 10 de janeiro, um domingo, três imigrantes ilegais do Afeganistão e um do Irão foram descobertos pelas autoridades gregas, dentro do camião, quando o pesado já estava na fila para o barco, no porto de Patras, que o levaria até Itália, onde teria de descarregar, antes do regresso a Portugal. Foi a partir daí que começou o calvário de Luís Marques que agora se sente aliviado.