Dois ciclistas foram acusados pelo Ministério Público de vandalizarem gravuras de "valor imensurável" na Ribeira de Piscos, em Foz Côa. Arriscam pena até oito anos de prisão e indemnização de 125 mil euros.
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Em abril de 2017, os responsáveis da Fundação Côa Parque descobriram que o Painel Central de Arte Rupestre da Ribeira de Piscos, onde está o célebre Homem de Piscos, um dos mais importantes desenhos arqueológicos de Foz Côa, tinha sido vandalizado com "gravações de uma bicicleta, um humano esquemático e a palavra BIK".
No mês seguinte, a Polícia Judiciária (PJ) conseguia identificar os autores do vandalismo: dois homens com 25 e 30 anos, residentes em Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, que tinham cometido o crime com recurso a uma pequena pedra de xisto durante um passeio local com outros ciclistas.
Ambos confessaram os crimes que "danificaram, de forma irremediável, aquele mencionado património mundial de arte rupestre localizado em Portugal", indicava uma nota da PJ. O Homem de Piscos é um desenho paleolítico, com dez mil anos, e umas das principais atrações do Parque Arqueológico do Vale do Côa, um monumento nacional e património mundial da UNESCO.
Esta semana, o Ministério Público da Guarda deduziu acusação contra os dois ciclistas. Foi-lhes imputada a prática do crime de dano qualificado, punível com pena de prisão de dois a oito anos, e deduzido pedido de indemnização cível, em representação do Estado, reclamando 125 mil euros pela reparação das rochas e perda de receita.