MP pede pelo menos 15 anos de prisão para homem que matou a mulher à facada em Gondomar
O Ministério Público (MP) pediu esta terça-feira a condenação a uma pena de, “pelo menos”, 15 anos de prisão para José Sousa, o homem que, em fevereiro do ano passado, assassinou a mulher no local de trabalho, em Gondomar.
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Durante as alegações finais, que decorreram esta tarde no Tribunal de São João Novo, no Porto, o procurador referiu que o arguido agiu com “premeditação”, que a sua conduta assumiu “especial censurabilidade” e que “não há nada que milite a seu favor”. “Foi óbvia a intenção homicida”, disse o magistrado, referindo-se ao facto de Carla Dias ter sido esfaqueada na agência de seguros, onde fazia limpezas, na Rua dos Combatentes da Grande Guerra.
Por sua vez, a advogada que representa os pais da vítima referiu que o coletivo de juízes tem de ter a “coragem” de aplicar uma pena que sirva de “exemplo” a outros potenciais agressores e que 15 anos é “pouco” para o “calvário” que Carla Dias viveu durante os últimos anos. A causídica lembrou que o sofrimento dos pais da vítima “não pode ser esquecido” e que o arguido, além de ser incumpridor das “sentenças judiciais e ordens policiais”, “hipotecou” ainda a vida dos filhos.
Já a defesa sustentou que não seria “justo” retirar credibilidade ao depoimento do arguido, que confessou o crime, uma vez que “seria mais fácil este remeter-se ao silêncio”. O advogado recordou que o homicida conta com o apoio da família e que este trabalha no estabelecimento prisional. “É uma pessoa que até demonstrou sentimento neste julgamento”, disse.
No final da sessão, o arguido quis usar da palavra para, em lágrimas, pedir desculpa aos pais da vítima e aos filhos.
Carla Dias tinha-se separado em agosto de 2022, mas José Sousa nunca aceitou o fim da relação. Em setembro desse ano, foi detido por violência doméstica e o tribunal proibiu-o de se aproximar de Carla. A mulher até tinha um botão de pânico, que não teve tempo de usar no dia do homicídio.