MP quer juntar aos autos da Pretoriano condenação de Macaco e absolvição de PSP
A procuradora Graça Ferreira requereu, nesta tarde de terça-feira, a junção de duas certidões aos autos do processo da Operação Pretoriano, atualmente a ser julgado no Tribunal de São João Novo, no Porto.
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Uma das certidões é relativa à condenação, com trânsito em julgado, de Fernando Madureira e Hugo “Polaco”, pelo crime de participação em rixa durante deslocação para evento desportivo na forma tentada. A outra sobre o arquivamento de uma queixa apresentada contra o polícia Bruno Branco, por causa de uma alegada agressão quando André Villas-Boas falava com a comunicação social.
Vários dos advogados requereram prazo para se pronunciarem sobre o segundo pedido. Quanto ao primeiro, foi manifestada oposição por redundância, uma vez que aquela condenação já vai a ser do conhecimento do tribunal, pois irá integrar o certificado de registo criminal e relatório social dos arguidos. A advogada de Fernando Saúl realçou ainda que o trânsito em julgado se deua 20 de fevereiro e explicou que a queixa contra Bruno Branco foi arquivada porque o alegado ofendido, que está arrolado como testemunha, desistiu da queixa. “Convirá saber porque é que desistiu”, explicou Cristiana Carvalho.
No caso já julgado, Fernando Madureira, antigo líder da claque dos Super Dragões, foi condenado a sete meses de prisão, com pena suspensa, por agressões a agentes da PSP cometidas antes de um jogo de hóquei em patins, em 2018, nas imediações do Estádio do Dragão e do pavilhão do F. C. Porto. Hugo Polaco foi condenado a 15 meses de pena suspensa. Os dois e outros arguidos foram ainda condenados à pena de interdição de recintos desportivos por 18 meses.
Bruno Branco, chefe da PSP, tinha sido apontado como autor de uma agressão a um sócio do F. C. Porto que pretendia confrontar André Villas-Boas quando este falava à comunicação social à porta da assembleia-geral de 13 de novembro de 2023. A queixa-crime apresentada na Procuradoria-Geral da República e que foi arquiva alegava ainda que o polícia faria segurança pessoal a André Villas-Boas.
Em julgamento na Operação Pretoriano, está um alegado plano montado por Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, que visava intimidar e coagir os sócios do F. C. do Porto presentes na assembleia-geral extraordinária, de 13 de novembro, a aprovar as alterações aos estatutos do clube, supostamente mais favoráveis à direção vigente.
Segundo o Ministério Público, os 12 arguidos – “Macaco”, a mulher, Sandra Madureira, o ex-oficial de ligação aos adeptos Fernando Saul e outros destacados elementos dos Super Dragões – pretendiam a reeleição de Pinto da Costa de modo a manter os privilégios de que até então iam beneficiando e que se traduziam em elevados dividendos financeiros. Para tal, ameaçaram e coagiram os sócios de modo a garantir a aprovação das alterações estatutárias. A Assembleia teve de ser interrompida por causa de desacatos e agressões.