Uma mulher, de 31 anos, e um jovem, de 24, viajaram do Brasil até Portugal com cerca de 1,750 quilos de cocaína dentro do organismo e foram detidos logo à saída do avião, pela Polícia Judiciária. Ambos estão em prisão preventiva.
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Mulher e jovem foram aliciados por redes de tráfico internacional para servirem como correios de droga entre o Brasil e Portugal e aceitaram cometer o crime. Um deles embarcou na terça-feira e o outro no dia seguinte, depois de engolirem as “bolotas” de cocaína. O objetivo era passarem pela segurança aeroportuária sem levantarem suspeitas e, já em Lisboa, entregarem a droga ao elemento da rede criminosa que os contactaria.
Contudo, quando chegaram ao Aeroporto Humberto Delgado, as duas “mulas” já estavam referenciadas pelos inspetores da Polícia Judiciária e foram imediatamente detidas, para evitar o risco das “bolotas” rebentarem e causarem a sua morte.
Levados ao hospital, o raio x confirmou as “bolotas” no organismo do jovem e da mulher e os exames efetuados ao produto expelido confirmaram que se tratava de cocaína. Os correios de droga foram, posteriormente, interrogados no tribunal e, no final, o juiz decretou a sua prisão preventiva.
Redes aliciam pessoas com dificuldades económicas
Em Portugal, os dois brasileiros não contam com cadastro, mas a Polícia Judiciária ainda espera pela informação requerida às autoridades brasileiras. Porém, nenhum deles deverá ter ligação ao mundo do crime, porque as organizações criminosas internacionais evitam utilizar pessoas suspeitas como “mulas”.
Segundo o método mais habitual, as redes de tráfico aliciam homens e mulheres oriundos de meios desfavorecidos e com dificuldades económicas, oferecendo-lhes elevadas quantias para cruzarem o Oceano Atlântico com “bolotas” de cocaína escondidas no organismo.
Para ganhar o dinheiro, estas pessoas, sem problemas com a justiça, aceitam cometer o crime e arriscam a vida numa longa viagem, durante a qual as “bolotas” podem rebentar. Se isto acontecer, dificilmente a “mula” escapa à morte.